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Se a sua empresa ainda não conta com um setor de P&D, porém o volume de novos produtos desenvolvidos já é significativo, talvez seja o momento para pensar em incluir este processo. Neste artigo, você verá 7 etapas estratégicas para estruturar uma área de P&D de sucesso – começando dos objetivos de inovação até a definição de indicadores de processo.
Boa parte dos setores de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da indústria de alimentos brota das atividades de desenvolvimento de produtos que já são realizadas internamente, com certa irregularidade, por outros setores. Um caso típico é o setor da Qualidade assumir esta função e, em determinado momento, especializar-se nela. O setor de P&D acaba não sendo estruturado, mas sim “parido” a partir de outro processo.
Contudo, os processos de Qualidade e de Pesquisa e Desenvolvimento não poderiam ser mais diferentes. Enquanto Qualidade trabalha com planejamento, padronização, ciclos e previsibilidade, P&D lida com incerteza, tentativa e erro, fluxos descontínuos e criação. Os modelos mentais que funcionam em Qualidade dificilmente se aplicam a P&D.
A indústria brasileira investe pouco em atividades internas de P&D – o PINTEC 2014 nos mostra que a indústria aloca apenas 0,77% do seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento. A indústria de alimentos e de bebidas investe ainda menos – 0,15% e 0,06% respectivamente. Como reflexo, boa parte da indústria tampouco apresenta atividades contínuas de P&D: até entre as empresas consideradas inovadoras pela pesquisa o índice é de 74,1%.
Vamos mudar este cenário?
Ao invés de evoluir incrementalmente desde outras atividades, o setor de P&D pode ser planejado – e aqui você encontra as principais zonas de atenção para implementá-lo com sucesso. Veja como estruturar uma área de P&D para empresas que não a possuem.
Comece definindo o que você quer: ao invés de ter um P&D só porque “todo mundo tem” ou “é bom ter” ou “chegou a hora”, tenha clareza do que a inovação pode fazer pela sua empresa. Atender solicitações de clientes? Enxugar a máquina? Aumentar a eficiência de processos? Buscar soluções não-convencionais? Posicionar a empresa como líder no mercado de atuação?
Defina os objetivos estratégicos de inovação da sua organização como primeiro passo para um setor de Pesquisa e Desenvolvimento eficiente e capaz de entregar os resultados esperados. Para saber mais sobre o assunto, consulte o artigo completo sobre a estratégia de inovação.
Definidos os objetivos estratégicos da inovação, vamos às funções que o P&D deverá cumprir para a empresa. São quatro possíveis:
Manter o mercado: com atividades como redução de custo e melhoria de processo
Servir o mercado: com atividades como desenvolver produtos por solicitação de clientes
Moldar o mercado: com atividades como buscar soluções disruptivas e criar novos mercados e negócios
Monitorar o mercado: com atividades como acompanhar e validar novas tecnologias para a empresa
Apesar de que, em organizações complexas, é possível ter as quatro funções coexistindo, para empresas que estão iniciando um setor de P&D, faz mais sentido escolher uma ou duas funções apenas.
Para se aprofundar neste ponto, leia o artigo sobe as funções que P&D cumpre para uma empresa.
Com objetivos estratégicos e funções definidos, é hora de pensarmos em estruturas e pessoas. Defina uma estrutura inicial de P&D (que pode bem ser apenas uma única pessoa), considerando a complexidade das suas operações e o número de novos produtos que se deseja lançar nos próximos anos.
Algumas perguntas que você pode se fazer para definir esta estrutura: Que tamanho de equipe eu devo ter? Como estas pessoas irão interagir? Com quem elas devem fazer interface e para que área P&D deve responder? A equipe deverá fazer contato direto com os clientes e usuários? Como se dará o processo de geração e seleção de ideias?
Exemplos de estruturas de P&D de empresas de alimentos você pode encontrar aqui.
Estrutura pronta, o planejamento da área de P&D deve seguir para definir as pessoas. Vale salientar que este planejamento prévio permite buscar os perfis adequados às funções desejadas – e evita que “avaliemos peixes pela sua capacidade de subir em árvores”.
Uma equipe (ou EUquipe) de P&D deve ser minimamente heterogênea: a geração de ideias se alimenta de ambientes onde há diferentes pontos de vista, experiência e formações. Apesar de que, tradicionalmente, profissionais oriundos das carreiras técnicas de alimentos (engenheiros, tecnólogos, cientistas e químicos) dominam a área, sugiro que você mantenha um olhar mais abrangente para o que de fato a empresa precisa, principalmente se deseja que esteja presente a função “Moldar o Mercado”.
Faça uma lista das competências técnicas e não se esqueça das pessoais: como o técnico é dado e pode ser desenvolvido, a diferença de resultado entre equipes de P&D pode estar justamente em competências pessoais.
Idealmente, você irá definir processos com as pessoas já contratadas (e se elas tiverem feito um curso de Gestão do Processo de P&D na Tacta Food School, tanto melhor!). Ao invés de definir um fluxograma cheio de caixinhas, com um passo-a-passo sobre como desenvolver um produto (coisas herdadas de Qualidade, mas que não fazem muito sentido em P&D), você pode começar definindo os contornos.
Comece definindo um briefing e depois faça o seu mapa de entregas de projetos. Crie um formulário único de registros numa planilha eletrônica e jogue fora todos os cadernos de bordas amareladas da empresa. Mantenha os projetos organizados numa única lista mestra.
Por fim, se você insistir mesmo, desenhe o tal fluxograma. Mas já esteja aqui avisado e avisada que ele ficará bonito na parede ou no papel, porém pouco será útil na prática.
Falei ali no início: o setor de P&D lida com a incerteza e fluxos descontínuos. Para aprofundar esta questão, vale muito a pena ver este TED sobre a liderança da inovação.
É claro que P&D não ficará numa sala isolada, escondido do mundo, sem interação com ninguém – nem mesmo o Professor Pardal, que parece tirar as coisas mais mirabolantes da garagem, ficava isolado. Planejar as interfaces do processo de P&D com os demais setores pode ajudar a aliviar conflitos futuro, e com certeza azeita a máquina de lançamento de produtos da empresa.
Tipicamente, P&D faz interface com:
Qualidade: homologação de fornecedores e matérias-primas, validação de processos, segurança de alimentos, treinamento de novos produtos.
Produção: testes industriais, start-up de linhas de produção, treinamento de novos produtos.
Marketing: geração de ideias, aprovação de desenvolvimento, criação de material técnico.
Vale cada centavo dedicado a planejar como estas interfaces se darão na sua empresa, uma vez que, se deixado para ordenação natural, a entropia se estabelece para gerar o caos: a posição de menor energia será, sem dúvida, também a de menor eficiência e inovação.
A interface que mais traz dúvidas fica entre Qualidade e P&D. Uma sugestão minha de como definir esta interface você encontra aqui. A interface entre P&D e Marketing você encontra aqui.
Dos objetivos estratégicos, combinados com os processos, surgirão os indicadores de P&D, que poderão lhe ajudar a ter uma visão macro a respeito do andar da carruagem.
Contudo, porém, todavia, não obstante: cautela na seleção de indicadores e metas associadas, principalmente no início das operações de P&D. É melhor acompanhar o setor de perto durante seus primeiros 12 meses de operação para entender como o fluxo se dá por ali para então fazer gestão por indicadores.
É muito fácil termos excelentes indicadores com gestão ruim. Também é fácil termos uma excelente gestão de P&D que não deriva em bons indicadores – tudo porque a incerteza inerente ao desenvolvimento de produtos não se dá bem com indicadores.
Melhor aguardar a estabilização do processo para então definir metas (se realmente você achar necessário). Leia este artigo a respeito de indicadores de P&D e seus impactos sobre a capacidade inovadora da empresa.
Estes são os 7 primeiros passos para estruturar a sua área de P&D. Depois de estruturada, vem mais: a gestão de projetos de P&D requer visão estratégica, capacidade de liderança e de gerenciamento da rotina. É preciso manter em mente que a Gestão de P&D é um trabalho em si, e que o processo de Pesquisa e Desenvolvimento é do tipo criativo (e não convencional).
Agora é com você: chegou a hora de colocar este planejamento em prática e estruturar a sua área de P&D!
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Obrigada Cristina, não atuo na área e suas contribuições me apoiarão na reestruturação da área de Controles Internos da empresa que atuo.
Oi, Larissa, que show! Depois me conta como foi o resultado.
Gostaria de saber onde encontro material sobre a Análise da viabilidade do desenvolvimento de produtos, ou seja , creio que todo desenvolvimento deva ter uma aprovação sobre o valor que será destinado ao desenvolvimento e ao mesmo tempo o retorno dele esperado, ok?
Oi, Adirlei, eu não cobri esse assunto diretamente ainda no site, mas acho que você encontra algo para lhe dar um norte aqui: https://srainovadeira.com.br/7-praticas-para-acelerar-projetos-se-voce-e-um-gestor-de-pd/