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Pequeno dicionário da inovação de alimentos

A

Aceleradora de empresas: Organização que seleciona, investe e mentora start-ups em estágios diversos de maturidade, com olhos para a validação do negócio e crescimento. No passado, um modelo similar eram as incubadoras tecnológicas. Quando são selecionadas por uma aceleradora, as start-ups passam por um programa de treinamento e mentoria, que as auxilia a definir melhor o seu negócio, alterá-lo, e a buscar mercado. Uma aceleradora pode cobrar pelos seus serviços em mensalidades, em participação societária (equity) ou ser financiada por programas estatais ou institucionais de apoio à inovação (como é o caso do Inovativa Brasil e do Edital de Inovação Sesi/Senai). A Sra Inovadeira é mentora da Terra Accelerator, uma das maiores aceleradoras de alimentos do mundo 

Alergênicos: Alergênicos são substâncias capazes de causar uma resposta imune em pessoas sensíveis. Do ponto de vista de substâncias ingeridas como alimentos, apesar da RDC 26/15 da ANVISA citar 8 grupos, são conhecidos mais de 170 alimentos diferentes que podem causar reações alérgicas. Portanto, use um pouco mais de empatia alimentar e não ria do seu colega que diz que é alérgico à banana ou kiwi (dois dos alimentos da lista dos 170).

B

C

Clean label: em português, rótulo limpo. Capacidade de um rótulo de comunicar o conteúdo da embalagem de forma clara, precisa e sem alegações desnecessárias. Como extensão do conceito, o clean label influencia empresas a desenvolverem formulações com menor número de ingredientes e aditivos, e a utilizar matérias-primas de uso culinário, facilmente reconhecidas pelo usuário leigo. É derivado do processo de maior conscientização do usuário, que passa a se interessar pelo que come. Vulgo, caminho sem volta.

Carne cultivada: carne produzida por processo de fermentação, que busca sintetizar o processo biológico de formação do músculo, através de uma cadeia de processos que não envolve o abate de um animal. Também chamada de carne de laboratório. O termo foi proposto pelo The Good Food Institute em 2019 para harmonizar o uso na mídia e regulatório.

Climatariano: pessoa cuja dieta é direcionada pela redução dos impactos ao uso de recursos naturais, especialmente em relação à crise climática do aquecimento global. Os climatarianos procuram empregar o seu poder de compra em prol de uma cadeia de alimentos mais sustentável.

D

Desafio de Inovação: Desafio lançado por uma empresa, aceleradora ou organização interessada, com conteúdo definido, a ser resolvido por pesquisadores, start-ups ou empresas já estabelecidas, normalmente externos à empresa desafiadora. O desafio pode ter data limite pré-determinado (o mais comum) ou ficar aberto para receber propostas. A premiação pode envolver prêmios em dinheiro, investimento de capital no ganhador, oportunidades de negócio com a organização desafiadora, exposição na mídia, entre outros. É uma forma de estimular o ecossistema de inovação, mapear e reconhecer iniciativas que pode agregar valor ao negócio.

Design Thinking: Aplicação das ferramentas da área de design ao desenvolvimento de produtos e serviços de modo geral. Caracteriza-se por centrar a tomada de decisão nas necessidades do usuário e usar de empatia, colaboração e prototipagem em ciclos contínuos. O termo Design Thinking foi popularizado pela IDEO, consultoria de design americana, nos anos 90, e se espalhou pelo mundo dos negócios como uma forma de trazer uma visão mais abrangente, criativa e humana. Mais informações aqui.

E

Ecossistema de Inovação: O conjunto de todos os atores que atuam em prol da inovação numa determinada região ou mercado. Inclue-se aí: startups, organismos estatais e privados de fomento à inovação, aceleradoras de empresas, cozinhas comerciais, profissionais técnicos, empresas de apoio tecnológico (como a Tacta), investidores individuais, empresas investidoras, pesquisadores acadêmicos. Sendo a inovação um empreendimento intrinsecamente associado ao risco, a formação de um ecossistema de inovação pretende possibilitar o desenvolvimento econômico enquanto de certa forma distribui o risco entre os diferentes atores que colaboram entre si.

F

Flexitariano: Pessoa que adota uma dieta predominantemente à base de vegetais, porém ainda consome produtos de origem animal. Normalmente começa aderindo à segunda sem carne após o churras do domingo, mas acaba expandindo para outros dias da semana quando descobre que vegetais têm uma amplitude de sabor até então desconhecida.  Mais conhecido como um dos primeiros passos para o veganismo.

G

Gluten-free, GMO-free ou qualquer outra coisa-freeClaim (alegação) de que determinado alimento é livre de algo, esta forma não tendo sido produzido, ou compartilhar a produção, com tal ingrediente. Processos em que o ingrediente é retirado não devem utilizar o termo, pois não são 100% livres dele (exemplo cerveja sem álcool, que é diferente de livre de álcool).

No Brasil, não há previsão para o seu uso fora dos nutrientes previstos na RDC 54/12 (açúcar, gordura, colesterol, sódio, sal). No momento, então, todos os rótulos que trazem qualquer outra coisa-free são ilegais e podem receber sanções fiscalizatóriasMais informações aqui.

H

I

Inovação aberta: processo de inovação que depende não apenas dos esforços internos da companhia, mas que é propositadamente desenhado para permitir fluxos de entrada e saída de conhecimento. É uma das maiores promessas da inovação, sendo que alguns estudos indicam que a inovação aberta seria capaz de reduzir o tempo para a primeira entrega de um projeto em até 60%. Mais informações aqui.

Inovação incremental: processo de inovação que resulta em pouca variação em relação aos produtos/serviços existentes na empresa e/ou no mercado de atuação. É o caso de variações de cor e sabor, reduções de custo e cópias, tão comuns no mercado de alimentos. Apresenta menor incerteza em sua execução, e desta forma menor risco. Mais informações aqui.

Inovação radical: processo de inovação que resulta em variação significativa em relação aos produtos/serviços existentes na empresa e/ou no mercado de atuação. Apresenta maior incerteza em sua execução, e desta forma, um maior risco. Mais informações aqui.

J

K

L

M

MPV: Mínimo Produto Viável. Produto ou serviço mais simples que uma empresa possa oferecer no mercado desejado de atuação, para colher o mais rapidamente informações reais sobre a sua atratividade para o usuário-alvo. É um termo derivado da metodologia Lean Startup, que entende que estimativas feitas antes do lançamento do produto são pouco ou quase nada válidas. Mais efetivo é lançar o mais rápido possível (com responsabilidade) e colher os resultados diretamente no solo – para então fazer os ajustes necessários – do que gastar meses (ou anos em fase de testes, investindo alto nível de recursos, para então descobrir que várias assunções iniciais do projeto são inválidas no mercado.

N

O

Orgânicos: Alimentos orgânicos são produzidos de acordo com as técnicas orgânicas de agricultura, que preveem o não-uso de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos, e organismos geneticamente modificados. Caracteriza-se também pelo estímulo à biodiversidade, o respeito aos ciclos naturais e às espécies mais adaptadas ao ecossistema regional. No Brasil, para vender um alimento como orgânico, o produtor deve buscar uma certificação ou realizar cadastro junto ao MAPA (mais aqui). Apesar de que os críticos aos orgânicos procuram provar que eles não fazem mais bem à saúde do que alimentos produzidos pela agricultura convencional, o fato é que o consumidor de orgânico busca não apenas saúde do corpo quando compra.

P

P&D: Pesquisa e Desenvolvimento. Área existente em algumas empresas, dedicada à pesquisa de novas tecnologias e desenvolvimento de produtos com base nela. Também conhecida como a melhor área para trabalhar em alimentos. Ou como aquela com menor orçamento na empresa. Mais informações aqui.

Prototipagem: Etapa do desenvolvimento de um produto no qual o conceito ( = ideia intangível) é transformado em um protótipo ( = produto tangível), possibilitando sua avaliação pela equipe de P&D, usuário, cliente e demais partes interessadas. É etapa fundamental do processo de design thinking, e deve ser realizado através de testes de bancada ou piloto (mais idealmente). A Tacta ministra curso de Prototipagem de Alimentos no qual discutimos estratégias de mapeamento de testes para produtos mais inovadores.

Q

R

S

Start-up: ah, que dilema – o que é uma startup? Será que é qualquer empresa recém-criada? Hoje em dia, ninguém é empresário iniciante, todos são “startupeiros”. Na falta de uma definição universalmente reconhecida, algumas características que são comuns à maioria delas incluem:

  1. São empresas jovens, com normalmente até 5 anos de vida
  2. Que buscam resolver problemas do mercado em que atuam com soluções inovadoras, usualmente empregando tecnologias recentemente desenvolvidas
  3. E que têm escalabilidade – ou seja, atuam num modelo de negócio que pode ser replicado mais ou menos facilmente em maior escala.

A segunda acepção do termo está na engenharia: o start-up de uma linha é o seu comissionamento, o momento em que ela começa a produzir em escala industrial.

Scale-up: Há duas acepções para o termo:

  1. Em engenharia, scale-up é o processo de escalonamento, que traz os produtos que estão sendo desenvolvidos em bancada ou planta-piloto para o nível industrial.
  2. Em negócios, uma scale-up é uma companhia com MVP validado, com clientes e negócios correntes, e que está pronta para um salto de crescimento.

T

Teste de bancada: teste de pequena escala, para validação inicial da formulação do alimento. O processo utilizado é bastante próximo do culinário, e ainda muito distante do industrial. Mais informações aqui.

Teste industrial: teste de escala real, realizado em equipamento industrial, que visa validar formulação, processo, embalagem e demais etapas de desenvolvimento do produto. Mais informações aqui.

Teste piloto: teste de escala um pouco maior, que visa reproduzir as condições industriais. São utilizados para validação mais completa da formulação e definição do processo. Mais informações aqui.

Transparência: Não confundir com clean label. Transparência é a capacidade de uma empresa em comunicar-se sinceramente com o seu usuário, respondendo suas dúvidas e expondo erros e acertos de forma clara e construtiva. A transparência é um conceito que abrange a rotulagem, o SAC, as declarações de executivos e profissionais da empresa para a mídia em geral, a visita à fábrica, as relações com o governo e o escrutínio de partes interessadas, como órgãos fiscalizadores, clientes e consumidores, influenciadores de alimentos, entre outros. É uma das principais bandeiras deste site, junto ao desenvolvimento centrado em humanos. Mais informações, aqui.

U

V

Validação: Processo no qual um novo protótipo ou novo negócio passa por testes que confirmam a sua capacidade de gerar receitas futuras para a empresa. Validações comuns são: testes industriais (para validar a estabilidade da formulação e a sua capacidade de processamento em nível industrial), focus group, validação junto ao usuário, lançamento de teste. No período de validação, considera-se que o produto/serviço ainda pode sofrer alterações, com os feedbacks colhidos nos testes. Desta forma, enquanto os produtos/serviços da empresa não estão solidificados, os primeiros meses de uma start-up podem ser considerados também como testes de validação.

Vegano: Pessoa que, por posições éticas em relação à exploração dos animais, não consome alimentos de origem animal, tampouco produtos de origem animal (como couro) ou testados em animais (como medicamentos). Um dos grupos de consumidores mais politizados e organizados, o veganismo é mais do que apenas uma dieta – é uma forma de ver o mundo.
Alimentos veganos procuram atender a este grupo, excluindo todo ingrediente de origem animal, incluindo contaminação cruzada, e trazendo transparência sobre as práticas da empresa em relação ao tratamento de animais. É um dos mercados em mais franco crescimento, apesar da carência de opções convenientes no Brasil. Mais sobre alimentos veganos, veja aqui.

Visionários de alimentos: Profissionais que preparam o futuro da alimentação. De formação variada, os visionários de alimentos podem ser engenheiros, tecnólogos e cientistas de alimentos, veterinário, nutricionistas, químicos, biólogos, bioquímicos, administradores de empresa, profissionais do marketing e da publicidade. Empreendedores e ideadores de alimentos, pensadores, influenciadores e todos aqueles que questionam o status quo do nosso sistema alimentar atual.

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