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DESIGN THINKING NA VIDA REAL – MELHORES MOMENTOS DO 4º FÓRUM DE INOVAÇÃO

Postado em 16/11/2016 por Cristina Leonhardt
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Recentemente, a convite do IEL/RS, participei de uma tarde voltada à Inovação – o 4º Fórum de Inovação, que aconteceu na FIERGS. Quem conhece a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul – um prédio bem industrial, austero – pode até pensar: e cabe um evento de Inovação por ali? Pois coube um inovador evento sobre Inovação. E eu vou lhes contar um pouco do que rolou naquela tarde.
Antes mesmo do evento começar, os participantes recebiam um link para inscrição na ferramenta NetChecking. Inserindo um perfil básico e selecionando que competências para inovação tinha, a ferramenta ajudava a lhe indicar outros participantes com as competências que você estava buscando.
Queria alguém expert em design thinking ou co-criação? Ou buscava alguém com problemas na área de Gestão de Pessoas, para oferecer o seu serviço? A ferramenta lhe ajudava a encontrar a pessoa certa para começar a conversa, através do whatsapp.
Quantas vezes você esteve em um evento grande e não fazia nem ideia de quem estava ao seu lado? Pois no Fórum de Inovação, você encontrava quem queria encontrar, e ainda tinha um amigo virtual para lhe ajudar na introdução.
Mas o encantamento não acabava aí. Ao chegar à Recepção da FIERGS, um simples adesivo lhe dava acesso ao Fórum – era o sinal para uma recepcionista muito simpática vir lhe buscar na entrada e levar até o credenciamento. Ponto para o IEL por reduzir a estranheza que sentimos quando chegamos a um lugar novo, em um evento grande!
O evento ainda teve outros milhares de detalhes pensados no usuário, mas queria chamar a atenção a um primordial: quatro torres de carregamento de celulares ao lado de uma projeção alternativa das palestras, faziam com que você não perdesse um minuto do evento – mesmo que tivesse ficado sem ar bateria.
 
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Chegando agora às palestras, a curadoria foi sensacional: uma amplitude interessante de palestrantes abordou o tema do evento “Design Thinking na Vida Real” de diversos ângulos. Vamos às palestras que mais me marcaram.
 

UX: Experiência Centrada no Usuário (Marcelo Quinan, NoOne)

 
A palestra de abertura e uma das melhores do dia, que começou destruindo o mito de que apenas tecnologia + viabilidade de negócios configura uma inovação.
Se você for pensar, toda vez que uma máquina nova é comprada por uma empresa, sempre vem o papo de “empresa inovadora”. Os próprios órgãos de fomento à Inovação no Brasil ajudam a patrocinar esta ideia, com o seu modelo de avaliação dos projetos de inovação.
 
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Pois bem, Sr Quinan abriu a palestra dizendo “não, senhores e senhoras, só isso não basta”. Para ser inovador, deve haver o componente humano nesta relação – o fator “desejável”.
Se desenvolvemos para humanos, então não estamos apenas gerando produtos – mas sim produtos imersos em camadas de serviço, que formam uma experiência. A tal UX: experiência do usuário.
Quantas vezes prestamos uma atenção danada à formulação, embalagem e processo do produto, e não levantamos a cabeça do nosso silo para ver que o SAC deixa MUITO a desejar? Ou que qualquer tipo de interação com a empresa em sites ou mídias sociais é frio, automático, sem criatividade?
Produtos + serviços geram experiências – e o usuário pode ser feliz ou não nesta experiência. E como planejar para a felicidade?
Quinan sugere que ajustemos a pirâmide de Maslow para o design de produto:
 
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E esta pirâmide, segundo o palestrante, tem esta forma (e não outra, como um quadrado ou círculo) porque justamente funcionalidade é a base – o mais importante, aquilo que deve ser amplo e forte.
 

Não se constrói as demais camadas de inovação sem que as anteriores estejam sólidas.

 
Trazendo para o mundo de alimentos: há pouco interesse por um sabor de picolé exótico (criativo) cuja embalagem permita que ele escorra nas mãos, ou com histórico de contaminação e recall da fábrica. A Criatividade é uma construção, não apenas a cereja do bolo, algo decorativo que pode ser colocado em outro bolo mais para a frente.
Quer saber como o Quinan define User Experience?
 

Marcelo Quinan, fundador da NoOne fala agora sobre User Experience no Fórum de Inovação.
Posted by IEL / RS on Thursday, October 20, 2016

 
Esta palestra, como disse meu companheiro de evento Rafael, foi animal 😉
 

Formação de inovadores em Projetos em Colaboração Universidade-Empresa: Case Inovalab@POLI (Eduardo Zancul/USP e Guilherme Selber/SAMSUG Ocean)

 
A próxima palestra foi um exemplo de como os tempos estão mudando na frente acadêmica. Sou superfã de alguns movimentos voltados ao empreendedorismo nas faculdades particulares (por exemplo, o curso de Ciência e Inovação de Alimentos da PUCRS), e é excelente perceber que a onda já bateu forte em alguns bastiões das públicas também.
 
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O Prof Zancul mostrou como a disciplina de Desenvolvimento Integrado de Produtos propõe uma abordagem completamente diferenciada – de resolução de problemas complexos – à tradicional disciplina de Desenvolvimento de Produtos. As classes são mistas, com alunos de diversos cursos, que recebem desafios propostos por empresas e precisam resolvê-los ao longo do semestre.
Além disso, eles são desafiados a criar uma ideia inusitada lá pela metade do projeto – uma das formas de estimular o pensamento criativo, como os visionários sabem, é adicionar o caos e incerteza no meio do projeto. Resultado: a disciplina ELETIVA tem procura de 3 candidatos por vagas, e tem alunos querendo repetí-la.
Uma questão bem importante que o Prof Zancul colocou é que,
 

para que a parceria dê certo, a empresa entenda o que é a função de uma Universidade. Não é desenvolver produtos finais: esta é a função da empresa.

 
A Universidade tem função principal de formação pessoal e de pesquisa – e isso, nas parcerias, se dá através da participação dos alunos e da geração de patentes.
Quer ver o Prof Zancul em ação?
 

Guilherme Selber e Eduardo Zancul apresentam agora o case do Samsung Ocean com a utilização do Design Thinking
Posted by IEL / RS on Thursday, October 20, 2016

 
O projeto Inovalab@POLI ganhou o Prêmio de Inovação do Ensino em 2014.
 

Mesa Redonda Design Thinking “Vida Real” – Mariana Gutheil (NoOne), Juliana Nascimento (Natura Cocriando), Daniel Duarte (SAP), Alexsandro Geremia (HIGRA)

 
A última parte das palestras foi aberta pela Mariana Gutheil, que é sócia do Quinan na NoOne. O desafio – muito propício – era mostrar o design thinking acontecendo na prática.
 
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Uma das questões iniciais foi entender que a indústria não consegue mais sozinha gerar demanda e impor que as pessoas consumam – precisamos cada vez mais considerar o que as pessoas querem e como usarão o que estamos desenvolvendo. E isso não se dá através da contratação de uma empresa de pesquisa e uma interpretação do que o outro está fazendo: se dá, sim, pela empatia com o usuário.
Para citar um exemplo de como trazer empatia para o time de desenvolvimento, ela citou o caso do desenvolvimento de um serviço para uma população de baixa renda. Como se empatizar com esta população, se a equipe tem a sorte de não pertencer a esta camada populacional?
Uma das formas que a equipe encontrou foi delimitar um budget de R$150 para passar a semana, e também o isolamento de todos os símbolos e facilitadores de vida que possuem pessoas de mais alta renda (por exemplo, smartphones, notebooks, etc). Neste processo de restrição forçada, a equipe começou a entender – um pouco menos superficialmente – quais as dificuldades por que aquela população passava, e que alternativas gerava para resolver as suas restrições.
Dá para ver um trecho da fala da Mariana aqui:
 

Design Thinking na Vida Real com quem entende do assunto aqui no Fórum de Inovação do IEl/ RS
Posted by IEL / RS on Thursday, October 20, 2016

 
A partir daí, tivemos a fala que, para mim, era a mais aguardada da tarde. Juliana Nascimento falou sobre a experiência de criar, dentro da Natura, uma plataforma de inovação colaborativa – o Cocriando Natura. (Você já sabe que a Inovação Colaborativa é uma das formas de acelerar projetos de Inovação, não?)
Para quem não conhece, o Cocriando Natura é um espaço que permite a interação entre o público engajado e a Natura, em temas que são de mútuo interesse. No Brasil, plataformas assim ainda são em pequena quantidade (já conheceu a Planta – de alimentos?), mas fora pipocam.
A Natura propõe jornadas nas quais o público pode contribuir com ideias e comentários, que podem gerar produtos e serviços para a empresa. A plataforma acontece em meio social e também workshops presenciais.
Os co-criadores não são pagos, então é ainda mais importante se preocupar com questões como:

  • Transparência
  • Relevância da conversa (só há engajamento com as jornadas que fazem sentido)
  • Implementação das ideias propostas (o co-criador quer retorno!)
  • Alinhamento de propósitos (a colaboração se dá em projetos e empresas que tenham propósitos similares aos do co-criador)
  • Comunicação (livre, abundante e espontânea)

 
Bom, mas partindo do pressuposto de que isso é uma plataforma incomum nas brazucas, a Juliana falou um pouco sobre os primórdios: como foi dar a partida em uma proposta tão inovadora dentro de uma empresa do porte da Natura?
Segundo ela:
 

Tem que formar uma rede de aliados, e entender que nem todo mundo quer participar no início. O empreendedor interno vai para cima questionando e sendo entusiasta da ideia, e vai para baixo acessando os simpatizantes e propondo que façam junto.

 
Ela também ressaltou que cada jornada é dividida em 4 aspectos: o desafio, o público, o tempo e o espaço, que devem ser planejados em conjunto.
E, se tudo está tão disponível na internet, como se proteger de concorrentes entrando no processo apenas para aprender comigo? Diz a Juliana:
 

Não há como fazer isso. O que diferencia as empresas é a inteligência na curadoria de ideias e a rapidez de analisar os resultados do desafio proposto.

 
Quer uma palhinha da fala da Juliana? Tá na mão:
 

Juliana Nascimento fala sobre o Cocriando Natura.
Posted by IEL / RS on Thursday, October 20, 2016

 
Durante todo o evento, o Thiago Esser cuidou do Visual Thinking: transformando o que era ideias em algo visual e tangível, ao vivo. Outra grande sacada que o IEL/RS usou para mostrar ferramentas de design para um público amplo.
Na saída, pipoca, cachorro-quente, guaraná Fruki (que a nossa entrevistada Carin Gerhardt coloca entre as empresas mais inovadoras do RS, então não poderia faltar mesmo!) e um tchauzinho pra foto!
 
Quer ver outras coberturas de evento?
Aqui tem o julgamento dos alimentos mais inovadores do Brasil durante a FISA 2016
 
Cobertura da FISA 2016 com os lançamentos de algumas das empresas mais inovadoras da feira.
 
Fica a Dica: O IEL/RS é o Instituto Euvaldo Lodi, o braço da FIERGS voltado à Inovação e Desenvolvimento Pessoal. Eles atuam através de consultorias, workshops, programas de inserção de talentos (Inova Talentos) e mantém a página Inovação RS, onde todos os serviços são listados.

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2 respostas para “DESIGN THINKING NA VIDA REAL – MELHORES MOMENTOS DO 4º FÓRUM DE INOVAÇÃO”

  1. […] os seus esforços em atender às demandas reprimidas dos usuários, um terceiro pilar se destaca: a desejabilidade. Novos produtos que se baseiam apenas na tecnologia existente na fábrica e na viabilidade […]

  2. […] Oferecendo um serviço de reservas tanto para os restaurantes quanto os consumidores, ela mudou as regras do setor ao oferecer taxas fixas aos restaurantes e permitir a troca de informações sobre as preferências dos usuários. Tudo pensado para que a experiência seja perfeita desde a primeira vez (UX está mudando de ponta cabeça o mundo dos negócios). […]

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