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Esta é uma das 7 etapas estratégicas para estruturar uma área de P&D de sucesso.
Nas minhas andanças pelo Brasil, ensinando a Gestão de P&D e auxiliando empresas a implantarem-na, três fatores têm se mostrado bastante frequentes:
Derivado disso, há grande variação de entendimento sobre a função que P&D cumpre para a empresa: há P&D bastante ligado à fábrica, atuando quase que como uma engenharia de melhoria de processos, há P&D grudado ou subordinado a Marketing, com uma pegada forte de lançamentos, há P&D só fazendo redução de custos.
Todo mundo se chamando de P&D, mas nem todo mundo fazendo, de fato, Pesquisa E Desenvolvimento.
Uma das formas de tentarmos tatear a razão de existir de P&D na empresa – sua função para aquele negócio – é aparente: através das principais atividades realizadas, infere-se a função. A função pode não estar descrita, os objetivos podem ser mais relacionados a Vendas ou Marketing (ou Produção), porém há atividades sendo realizadas. Pela característica destas atividades, podemos inferir qual a função de P&D predominante no negócio e, a partir dela, entender e melhorar os processos que acontecem por ali. Nós já cobrimos as principais funções que P&D cumpre para um negócio aqui.
Este, contudo, não é o formato ideal – pois correlação não é causação¹. É como decidir o extintor com base na cor do fogo, e não no que está queimando. Como votar em alguém pelas suas postagens do Facebook. Como dizer quão doce está a banana pela sua casca. Descobrir a profissão de alguém por suas tatuagens. Você entendeu ?
Ter muitas tarefas em P&D aparentemente ligadas a uma das 4 funções de P&D não implica necessariamente que aquela é a função mais estratégica para o negócio. Muitas vezes, P&D está preso num ciclo vicioso com Produção e Qualidade, incapaz de se soltar das amarras de projetos passados e transmitir a eles conhecimento que o liberte. Por conta disso, a função Manter o Mercado aparece forte, mesmo em empresa cujo posicionamento de mercado é de lançamentos agressivos.
Um quarto fator se junta aos três primeiros:
É um resultado bastante esperado.
Até começarmos as rotinas de implantação da Gestão de P&D, boa parte destas Diretorias não parou para pensar muito no assunto – e passa a supor que tem uma super-área megapowerblaster de Inovação a todo o vapor, descobrindo novas moléculas com superpoderes, criando produtos inovadores nunca-vistos-antes-no-mundo, encantando clientes e colocando a empresa no pedestal da inovação de alimentos.
Com uma pessoa e meia – dividida com a Qualidade, que nem laboratório tem, que passa seus dias apagando incêndios e resolvendo falta de matéria-prima na Produção.
Quando isso acontece, é típico chegarmos a um impasse: o que a Alta Direção espera da área é diretamente oposto ao que a área de fato entrega. Percebe-se então que o surgimento de P&D foi tão orgânico e não-planejado que processos, pessoas e recursos não estão condizentes com a Estratégia do Negócio.
Em boa parte das vezes, são até antagônicos a ela.
Ou seja: P&D está remando na direção oposta à desejada pela Alta Direção.
É nesta hora que paramos e refletimos, por vezes pela primeira vez, sobre uma Estratégia de Inovação adequada aos planos macros do Negócio.
Uma Estratégia de Inovação é um plano claro, feito por uma organização, que pretende estimular avanços em tecnologia ou serviços, de acordo com os planos de expansão do negócio.
Ela deve minimamente responder a três perguntas:
Vamos ver uma a uma.
Nesta pergunta, queremos saber o que muda para o seu cliente caso as suas inovações venham ao mundo: que necessidades você satisfaz, o que ele ganha com a sua inovação.
O valor que a inovação traz para o seu cliente deve estar interligado ao seu negócio principal, sendo que normalmente é a parte mais visível e comunicada da Estratégia de Inovação.
Alguns exemplos reais:
Como você pode deduzir pelas Estratégias de Inovação citadas acima, há mais de uma empresa fazendo o mesmo – aliás, quanto mais genérica é a sua criação de valor (como é o primeiro exemplo), mais possível é que você não esteja sozinho neste mercado.
Mesmo quem tem uma estratégia mais única – como o suco prensado a frio – pode ter aberto uma porta pela qual não passará sozinha. Ao perceber que o consumidor deposita valor na proposta da primeira empresa, logo aparecem os fast-followers: empreendedores que buscam categorias já existentes, criadas por outras empresas, porém prontas para novos players.
Concorrência faz parte do jogo e imaginar que estará sozinho pelo resto da vida é muita ingenuidade. É por isso que a segunda resposta da sua Estratégia de Inovação deve estar relacionada a como você lidará com os fast followers e a concorrência em geral.
O que há de único na sua proposta, que impede que seus clientes busquem outras empresas? Como você se manterá a escolha principal na sua categoria?
Esta é uma parte da Estratégia de Inovação que pode ser parcialmente inferida pela forma que a empresa atua, porém dificilmente será formalmente expressa publicamente – afinal, é o que a separa das demais empresas, do ponto de vista de avanços tecnológicos. Boa parte de como se faz esta captura de valor está relacionada com relacionamento com clientes, acesso a fornecedores e cadeias logísticas, e marketing: acoplando a inovação ao negócio.
Tomando os exemplos acima, podemos inferir que:
Chegamos então à parte da Estratégia de Inovação relacionada ao “como se faz” – e às funções que P&D deve cumprir para a empresa. Nesta pergunta, queremos saber como se dará a inovação aí na sua empresa:
Nesta parte da Estratégia de Inovação é importante ser detalhista: quanto mais riqueza a Alta Direção trouxer para este plano, mais próximo a ele poderá ser a sua execução. Definições como tamanho e estrutura de equipe, alocação dos centros de P&D, orçamento para atividades de P&D, parcerias estratégicas, métricas, objetivos de longo prazo são típicas.
Sendo o “como se faz”, esta é a parte menos divulgada de todas da Estratégia. Algumas empresas informam aqui e ali partes deste plano, mas dificilmente o plano completo.
Voltando aos nossos exemplos:
Após responder a estas três perguntas, a empresa verá de forma mais nítida e clara os contornos do que compete (e não compete) à área de P&D. Caso esteja planejando criar a área, faz muito mais sentido começar pela definição da Estratégia de Inovação, e só então partir para a estruturação de equipe, laboratórios, materiais e serviços.
A Estratégia de Inovação permite a definição de funções, estruturas, briefing, processo, entregas de projeto, indicadores, seleção e ranqueamento de projetos de forma alinhada e coerente entre si. Quando se parte da Estratégia, todas as demais definições ficam mais claras.
No fim, o desdobramento da estratégia de inovação deve parecer algo como a figura abaixo, contemplando definições e aportes de recursos nas áreas citadas.
Definir uma Estratégia de Inovação, conforme a qual podemos definir a seleção e ranqueamento de projetos, é uma das ferramentas mais poderosas para acelerar a entrega de Projetos de P&D – afinal, os recursos de P&D são finitos, e devem ser bem geridos. É papel do Gestor de P&D fazer o filtro e a alocação de recursos e equipe nos projetos mais aderentes à esta estratégia: defini-la expressamente pode ser a diferença entre nadar com a corrente ou contra ela.
Durante o curso de Otimização de Projetos de P&D, da Formação Avançada em P&D, os grupos definiram, como base para a melhoria do processo de Gestão de P&D, uma Estratégia de Inovação adequada ao Estudo de Caso que será usado ao longo dos próximos meses.
Veja o que saiu em um dos grupos:
¹Quando você parte do efeito para inferir a causa, pode cair apenas numa correlação – que não implica causa. Como o número de pessoas que morreram afogadas em uma piscina, “diretamente relacionado” ao número de filmes em que o Nicolas Cage aparece no mesmo ano. O que implica então causação? Veja aqui.
Na Manbu, a empresa da qual a Sra Inovadeira faz parte, trabalhamos todos os dias, e apenas, com Estratégia de Inovação. Isso quer dizer que podemos ajudar a sua empresa em várias etapas da jornada de inovação:
seja mapeando tecnologias emergentes que serão o futuro do seu mercado e ajudando a desenvolver uma estratégia de adoção;
seja estimulando a cultura da inovação através de workshops, mentorias e palestras;
seja modelando novos negócios de maior impacto para a sua organização.
Quer inovar no mercado de alimentos? Vamos bater um papo e trazer esse futuro mais para perto.
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