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Provocações da Sra Inovadeira

POR QUE A GENTE AMA O SABOR MORANGO? 🍓

Postado em 03/10/2023 por Cristina Leonhardt
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Já pensou porque gostamos tanto de morango, hamburguer e sushi?

Nos projetos de Inovação Estratégica com meus clientes, venho tensionando a escolha por sempre lançar a versão morango de iogurtes, geleias, biscoitos e confeitos. Vende, eu sei. Aliás, é um dos três aromas que mais vendem no mundo (sendo os outros 2 baunilha e chocolate).

A minha questão é: por quê?

Por que amamos tanto morango – ou melhor, por que amamos tanto produtos com gosto de morango (que podem conter ou não a fruta)?

Há vários fatores que ajudam a entender a nossa predileção (quase global) pelo morango. Uma fruta perecível, cara, com sabor intenso e a cor vermelha – todos elementos que geram desejo.

Porém, se olharmos apenas para as questões técnicas – a especificação do morango – podemos perder de vista aspectos culturais que influenciam na sua popularidade.

Um destes aspectos é o papel que a colonização tem no nosso gosto.

Pense na comida que você mais deseja numa sexta à noite: é um hamburguer, uma pizza, um sushi ou uma moqueca de peixe?

Comida é um soft power: nossos hábitos e preferências alimentares criam mercados, ditam tendências, constroem impérios, Influenciar o gosto das pessoas em direção daquilo que é nativo de um determinado país tem sido um driver de construção de valor das potências mundiais desde a época das especiarias (ou até antes delas, se pensarmos no Império Romano).  

Estamos no Brasil, o país com a maior biodiversidade do mundo. O povo brasileiro reside sobre um solo que tem 6 biomas distintos: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, com uma imensidade conhecida e desconhecida de frutas, flores, ervas e temperos nativos.

Por isso, eu me pergunto: por que tanto iogurte de morango no país da seriguela, uvaia, graviola, guabiroba, caju, butiá, goiaba, maracujá, jabuticaba, jambo e priprioca?

Por que tanta pimenta preta no país da aroeira, baunilha do cerrado, pacová, puxuri e pimenta de macaco?

A população escolhe alimentos que refletem a sua submissão a outras culturas alimentares: é o que se pode chamar de colonização do gosto.  

Aqui, contudo, falo com você, que é profissional da inovação de alimentos, e todos os dias faz escolhas que definem os rumos dos alimentos processados no Brasil.

Podemos seguir o modelo vigente, reproduzindo estes gostos colonizados, importando tendências e ficando à mercê do soft power de outras culturas.

Ou podemos parar e pensar. Olhar ao redor: o que é nosso e ninguém pode nos tirar?

Qual é o nosso gosto? Qual é o nosso soft power?

Olhem para o seu território. Olhem para o chão em que pisam. As técnicas culinárias que só existem por aqui (alô, querida farofa). As especiarias, frutas, flores e plantas que só o Brasil brasileiro pode trazer para o mundo.

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Isso vale tanto de uma perspectiva nacional, em que nos vemos no mundo, quanto regional. Só uma empresa pernambucana criará algo com bolo de rolo. Só uma cearense se inspirará no feijão verde cremoso. Apenas uma paranaense olhará para o barreado.

Enquanto não olharmos para o nosso chão, seguiremos lançando cópias que não significam nada e fazendo muita fumaça.

Aí está uma das suas maiores possibilidades de criar um produto único, que respeite e contribua para a cultura alimentar local – e que possa se destacar no mundo.  Olhe para o seu território.

Lanço então aqui a minha campanha:

(Seriguela > Morango. Quem concorda, posta no Linkedin e sai correndo🔥🎡)

Eu lhe convido a entrar neste movimento comigo e repensar as suas práticas de inovação.

A gente fez o Paul McCartney e o Bruno Mars “come to Brazil“.

Quem sabe onde poderemos chegar como nação se nos juntarmos para “come do Brasil“?

ps.: quer ler mais a respeito da comida como um soft power? Deixo aqui algumas referências.

The soft power of food: A Diplomacy of Hamburgers and Sushi?

Japan’s gastrodiplomacy as soft power: global washoku and national food security

Soft power, gastronomia e Amazônia

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