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É muito comum nos depararmos com extensões de linhas em empresas – ora se eu produzo sucos, e já tenho uva, maçã, pera, nada mais normal do que lançar um suco de laranja. Afinal, olhando a linha, é o que está faltando.
Os vendedores visitam os supermercados e distribuidores e lhe garantem: “Se ao menos tivéssemos suco de laranja, com certeza eu venderia”. “Ter este item no nosso portfólio faz todo sentido.” “Vamos desenvolver mais este item, aí a nossa linha fica completa”.
Por outro lado, há sempre aquele inventor na empresa. A mente criativa que propõe coisas do outro mundo – “se temos sucos, que tal vendermos o concentrado em garrafas pequenas, para as pessoas levarem em trilhas?”. “e se tivéssemos uma linha de iogurtes com a nossa marca?” “que tal um produto que fosse o lanche do meio da tarde inteiro: suco + fruta + um carboidrato?”.
A quem escutar? Se os recursos de P&D são escassos, e há um número limitado de pessoas para desenvolver os produtos, uma hora ou outra é feita uma eleição.
Esta eleição pode acontecer conscientemente, numa mesa de reuniões, por votação ou decisão de algum ser superior. Ou, como é deveras mais comum, subliminarmente – pelo simples descaso com as ideias mais revolucionárias e que fogem ao padrão da empresa.
(e aqui, não faço uma ode às ideias inovadoras, pois o padrão da empresa pode ser inovador, e a extensão de linha ser tida como coisa conservadora e desnecessária. Contudo, os fatos me levam a crer que tal tipo de empresa é estrela rara na constelação brasileira).
A experiência – e alguns dados – me dizem que o segundo tipo de decisão é o mais comum. Que subjugamos as ideias mais inovadoras com um simples rodar de olhos na mesa de reuniões. Tipo isso aqui:
Que colocamos as pessoas que as propõem em lugares meio escondidos. Que não gostamos de ser atacados de frente no nosso conservadorismo, e assim quem traz o novo é tido como louco. Maluco beleza.
Obviamente que a pessoa que batiza o próprio site como Sra Inovadeira é mais do tipo… criativo 😛
Numa empresa madura, consciente do seu papel no mercado, esta decisão não se dá assim. Ela se dá com consciência e faz parte de uma estratégia macro de Inovação e Pesquisa e Desenvolvimento. Uma estratégia que não leva somente os próximos 30 dias em consideração, mas também os próximos anos.
Digamos então que seja você a tomar esta decisão – que você esteja à frente do P&D da sua empresa, ou seja o executivo ou executiva que irá decidir qual o rumo a seguir.
Qual é o caminho certo? Que produto desenvolver?
Ah, caro colega e cara colega, se você já andou por aqui tempo suficiente, já sabe a resposta.
Para todos os demais, irei introduzir um conceito radicalmente novo. Que irá mudar o seu mundo.
Um conceito que, de tão revolucionário, é simplíssimo.
Não é uma coisa óbvia? E razoavelmente simples?
Então, me responde, POR QUE NINGUÉM PERGUNTA?
Ok, ok, somos todos muito ocupados para isso. “Não podemos ficar nos prendendo em detalhes.”
Sério.
Na hora de escolher o que desenvolver, que caminho seguir, não tem resposta pronta. Não tem caminho certo. Mas eu gostaria de lhe pedir uma coisa:
Pode fazer todo o sentido desenvolver uma salsicha, caso a sua empresa produza linguiça e presunto. Seu vendedor realmente acredita que, tendo uma salsicha na linha, poderá vender mais nos supermercados. E isso pode até ser verdade.
Mas também pode apenas ser mais uma ilusão. Você pode ter esta salsicha na linha e ninguém querer comprar. Pode ser que o mercado já esteja cheio de salsichas, e não exista mais espaço para mais uma.
(Sinto dizer que, no mesmo período, a taxa de produtos brasileiros novos para o MUNDO foi de apenas 0,5%. Sério. Podemos ser a 7ª economia do mundo por quanto tempo sem mudarmos esta tendência?)
Eu vejo muitas empresas desenvolvendo produtos – e investindo recursos preciosos – apenas para completar a linha de produtos. Como se, em algum lugar, houvesse uma lista de todos os produtos que um frigorífico precisa produzir. Ou um laticínio. Ou uma panificadora.
Não tenha a vaidade de desenvolver um produto apenas para completar a sua linha. Você não irá vender mais apenas por ter uma linha completa.
A decisão, caro colega, não pode ser baseada no que os outros fazem. Nem na vaidade.
A decisão entre “completar a linha” ou “lançar o novo” deve ser feita com base no que o CONSUMIDOR DESEJA (que seja implícita, ou explicitamente).
Pode ser que completar a linha faça todo o sentido – o conceito da sua marca pode ser inovador em si, e próprio para adições. Você pode ter lançado um suco que fez sucesso, e a turma pede outros sabores no SAC, na página do Facebook, em passeatas organizadas na rua.
Pode também ser uma péssima ideia lançar um produto inovador num ambiente de consumo conservador – ou que não perceba o valor por trás daquela inovação. Existe o efeito de neofobia (sabe, criança de 3 anos que não quer comida nova? Existe em adultos também, é só você olhar ao redor). De fato, os que testam coisas novas não são a maioria:
Por outro lado, há uma grande chance de que o mercado em que a sua empresa atua esteja completamente saturado. Convenhamos: a indústria de alimentos é uma das mais antigas do mundo – o número de produtos disponíveis é imenso.
Será mesmo que o mercado precisa de mais uma salsicha? De mais um suco de laranja? De mais um biscoito recheado?
Sem nenhum atributo que o distingua, sem aquela chave que faça o consumidor passar do estágio “interessante” para o “preciso disso”, o seu querido produto – tão arduamente pensado, desenvolvido, testado – corre o risco de ser apenas mais um. Apenas mais um na gôndola, ao lado de tantos outros, meio que iguais a ele. E então, acenda uma vela à Deusa Ajudadora dos Novos Produtos.
Então, faça uma coisa simples. Quando estiver na sua mão escolher entre “completar a linha” ou “lançar algo novo”, não use a emoção. Não seja vaidoso. Não vá na onda.
Pergunte ao consumidor.
O futuro da sua empresa depende das pequenas decisões que você está tomando no dia a dia. Decida sabiamente.
ps.: Não sabe como perguntar ao consumidor? Aqui tem algumas ideias – ou então, você pode vir fazer um curso comigo.
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[…] óbvio, mas pense: você conhece o seu usuário? Sabe o que ele quer? Desenvolve um novo produto porque há ociosidade nos equipamentos ou porque o usuário lhe pediu? Temos que abandonar o […]