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Após um longo e gélido hiato criativo para este site, nada mais justo do que voltar falando sobre (re)começos. O conforto de retornar num momento onde eu pudesse escrever tranquila, com mente leve e sem preocupações me inspirou a escrever durante a fila para doação de sangue em Jundiaí.
Enquanto aguardava minha vez entrei em modo criativo e me pus a pensar sobre a importância de (re)começar. Larguei do meu grupo de amigos e sentei sozinha num canto para escrever. Comecei a pensar tanto sobre este tema que o cérebro foi inundado a ponto de os pensamentos escorrerem pelos dedos em forma de palavras. É aquele momento em que minha trabalha de forma acelerada, conecta ideias, pensamentos, cenas, palavras e me coloca num estado elevado de consciência que não sei explicar. Apenas quero sentar num canto em silêncio e traduzir em palavras tudo que sinto.
Acabei não doando sangue porque minhas veias não colaboram com as agulhas há anos, sambam mais do que um passista em desfile na Marquês de Sapucaí. Mas quero te doar um pouco de vida e orientação profissional através do meu olhar para uma questão muito delicada da vida: o (re)início.
Independentemente do nível em que você se encontra na carreira, tenha plena certeza de que esse texto foi feito para você! É um papo tão sincero que eu falaria para qualquer amiga durante um encontro. Esse texto é para te ajudar na bússola da vida profissional, que pode ter resolvido apontar para outra direção; ou travou por medo de seguir por um caminho desconhecido; ou está com preguiça de sair do cantinho confortável no qual se encontra e prefere empurrar a insatisfação com a barriga por N motivos.
Não importa o porquê, mas sempre é momento de reprogramar a rota e criar coragem para seguir. Barriga para dentro, peitos para fora, cabeça para o alto e vamos lá!
Tudo em nossa vida tem um começo. No encontro de um óvulo com um espermatozoide começamos. Antes de andar veio o engatinhar. Começamos na infância balbuciando letrinhas, números e cores primárias e hoje formamos frases inteiras, palavras, textos simples e complexos. Tudo tem um começo.
Através deles crescemos, evoluímos, expandimos nosso ser e caminhamos por locais inimagináveis. Porém, como símbolo natural da nossa vida e evolução, após muitos começos precisamos de um (re)começo, um reset no sistema da vida, um (re)início. Muitos de nós já fizemos isso em várias áreas da nossa vida e em nossa carreira profissional não poderia ser diferente. Temos disposição para recomeçar relacionamentos, estudos, TCCs, teses, artigos, amores perdidos, esportes, dietas e um monte de coisas, mas quando é numa parte importante de nossa vida e até definidora de nossa identidade e missão, nós recuamos.
Parece que o bicho papão está na espreita e se dermos um passo em direção ao (re)início profissional, ele vai nos pegar.
Ao pensar nos (re)inícios profissionais, muitos de nós gelamos o coração.
Para o recém-formado numa graduação ou pós-graduação vem o medinho do começo na vida profissional. Já os experientes no mercado de trabalho por vezes chegam a um ponto em que desejam sair da reta que estão traçando e seguir por um novo caminho, podendo este ser um apêndice da reta que já estão desenhando ou um caminho que precisa ser talhado do zero após anos de conforto, certezas e seguranças.
E aí? Como fica tudo?
Semanalmente recebo mensagens no LinkedIn, WhatsApp e Instagram com uma pergunta simples: “- Raquel, por onde eu começo no setor de alimentos?”. Uma pergunta que é tão simples e curta mas traz em seu bojo muitas simbologias, histórias, signos e ideações.
É de uma responsabilidade e maturidade muito grande ter o papel de aconselhar alguém sobre o caminho para (re)começar. Nunca sei o que o receptor quer que eu, a emissora, diga. Uns deixam claro que querem a resposta pronta como uma receita de bolo; outros já estão abertos a construção e estão de ouvidos aptos a ouvir aquilo que pode ser amargo no momento, mas se tornará doce e suave no futuro. Alguns que chegam a mim com esse questionamento já estão formados, empregados, ganhando seu dinheirinho, mas estão vivendo conflitos internos quanto a área de atuação, empresa, salário, cargo, chefia e acabam entrando numa jornada de insegurança, medos e incertezas.
Neste caso é preciso um (re)começo. O “re” vem como um prefixo entre parênteses antecedendo a palavra começo porque você pode já ter começado sua carreira, mas está num momento de reset e querendo traçar numa nova rota em sua trajetória. Ou pode ter encerrado uma etapa e ávido(a) para começar outra. Separei alguns pontos importantes para te ajudar neste momento:
Qual é a principal característica de um visionário ou visionária? A inquietude.
Queremos mudar o mundo, fazer uma revolução através do nosso conhecimento e do nosso trabalho. Queremos resultado, desafios, começos e recomeços. Queremos tudo ao mesmo tempo e nos perdemos em nós mesmo. Daí vem a frustração, a raiva, sentimentos de desaprovação, desespero, fracasso profissional e tudo de ruim que pressiona e abate nossa mente. Isso acontece até com os vizinhos que tem o gramado verdinho.
Começamos a procurar onde está o erro uma vez que fizemos tudo como manda o figurino social e pessoal. Graduação, cursos, especialização, idiomas, intercâmbio, CR alto e os carambas. Seguimos nosso plano pessoal (ou deixamos a vida nos levar por seus caminhos) e os resultados não apareceram. Nesse caso o meu conselho é o mesmo do ET Bilu:
Buscamos muito conhecimento acerca de assuntos teóricos sobre o setor de alimentos e a nossa área de atuação profissional. Nos inflamos de MUITA teoria porque vivemos numa sociedade tão justa e desigual que exige currículos meticulosamente fartos e estruturados com mil cursos e experiências. Almejamos de forma tão ávida preencher as exigências de mercado que esquecemos de buscar um dos pilares de sustento de toda a teoria que está em nossa mente: o autoconhecimento. Quantos de nós não paramos para fazer isso por um mísero segundo que seja? Vamos com sede ao pote profissional e esquecemos de conhecer a nós mesmos! Gente, isso é um erro grotesco que atrapalha nossa vida!
Você não para um momento para se dar atenção e saber quem você é, o que quer da vida, entender sua missão e onde deseja chegar. Não conhece suas emoções, desejos, perspectivas de futuro e tudo que está relacionado ao seu ser. Se você não conhece o básico de si como espera ter o equilíbrio necessário para aplicar numa empresa toda a teoria que absorveu em cursos, seminários, mentorias e trajetória profissional/acadêmica? Você causará problemas para si e para a equipe que faz parte.
Não falo sobre problemas de saúde mental, mas sobre comportamentos e jeitos que nem sua mãe aturaria, mas os outros aturam até arrumar um local melhor para trabalhar. Falo sobre emoções exacerbadas ou introvertidas, sobre ser extremamente tolerante e medroso(a) perante ameaças, abusos e desrespeito; ou ter comportamentos mimados ou de rei/rainha, vendo todos os seus colegas como seus súditos que devem estar submissos a seus mandos e desmandos. Nessas horas, pernas para que te quero! Não há dinheiro no planeta terra que pague isso.
Sim, eu sei, você deve ter pensado em alguém com quem trabalha atualmente ou já trabalhou. Já parou para pensar que essa pessoa pode ser você? Ou nunca conseguiu se perceber porque os erros sempre estão nos outros e você é uma obra prima sem defeitos e sem necessidade de melhorias?
Certo dia vi uma pessoa publicando nas mídias sociais o quanto é friorento e não se dá bem em temperaturas que outras pessoas suportam com facilidade. Nos comentários surgiu uma outra pessoa, com cargo de diretoria numa grande empresa, dizendo que é muito calorenta e até em dias de temperatura muito baixa sente calor, por isso ela liga todos os aparelhos de ar condicionado do setor ao chegar. Segundo ela, não importa se é um dia frio, se as pessoas estão com frio, se vão se incomodar com a temperatura ou se sentirem mal, ela sai ligando tudo na temperatura mínima e os outros que aturem, porque é o bem-estar dela que importa. O final do relato tinha símbolos de risada.
Ao ler isso senti meu alerta de toxicidade apitar alto! Imagina trabalhar com uma pessoa que não se importa com o outro e apenas consigo? Que usa o cargo de diretoria para o bom e velho “manda quem pode, obedece quem tem juízo”?
Por vezes a gênese disso tudo é a falta de autoconhecimento. Conhecer a si e ao outro evita 1001 estresses e é importante, pois trabalhamos com uma multiplicidade de pessoas com diferentes vidas, histórias, personalidades e pontos de partida. Dentro dessa falta de autoconhecimento o pior que pode acontecer é você confundir sua identidade com a da empresa e depois que sair (ou for saído) dela não saber quem é por ter diluído integralmente seu CPF num CNPJ que nem lhe pertence. Ai, meus amigos e minhas amigas, vira um caso seríssimo e até clínico. Alguns precisam de auxílio profissional para virar essa chave.
Nunca pense isso!
Jamais se compare com terceiros e se veja como um ser humano fracassado. Ao fazer um passeio simples pelo LinkedIn vemos coisas lindas que acontecem na vida de outros profissionais, grandes conquistas, encontros com sumidades corporativas, promoções, novos cargos, viagens e elogios públicos. Tenha em mente que aquilo é algo pontual. Nenhum profissional vive 24h de glamour e ninguém vive de grandes adrenalinas corporativas. O cotidiano que está por trás do espetáculo é árduo e espinhoso, mas ele fica em oculto.
O 7×1 corporativo não vai para o LinkedIn, somente em casos de gurus que querem mostrar lições de vida espetaculares a partir de um esporro ou uma demissão para serem ovacionados de pé nos comentários a partir das reviravoltas (algumas mais mentirosas do que nota de 3 reais, mas há quem acredite…).
No clássico filme Veludo Azul, dirigido por David Lynch, há uma cena muito interessante que faz alusão a imperfeição escondida sob a perfeição. Logo no início do filme é mostrada uma vizinhança pacata, onde tudo corre no mais perfeito equilíbrio. O céu é azul, ensolarado, o clima agradável e há um ar de felicidade no local. Porém, sob a grama verde e fresca, há um formigueiro que fica evidenciado após um acidente com o homem que está regando o jardim.
Percebe como perfeições explicitadas mascaram imperfeições que podem destruir o equilíbrio do jardim? Logo, ao invés de ficar olhando a grama alheia, cuide da sua! Regue, capine, tire as ervas daninhas, cubra as falhas de seu jardim e faça com que ele seja forte em dias de verão com secas ou no gélido inverno glacial que pousa sobre nosso jardim em determinadas épocas da vida. Olhe para o lado apenas para pegar inspirações, referências e conhecer as novidades que estão rolando nos círculos que você não frequenta, mas NUNCA olhe para o lado para copiar, invejar esse comparar. Respeite seu processo e sua história. Faz teu corre quieto e deixa o outro fazer o dele!
Como canta Projota na música Muleque de Vila:
Tudo bem não saber o que quer comer, qual roupa vai usar numa festa ou se vai viajar para o Natal ou Gramado nas férias. Também está tudo bem saber se você quer trabalhar com P&D, regulatório, marketing nutricional, vendas ou dar aulas de física. Mas não está tudo bem deixar isso te consumir e tirar teu sono. Não está tudo bem entrar num looping de indecisão tão forte que vai atrasar sua vida, seus sonhos e projetos. Aí sim você vai olhar 24 horas para a grama do vizinho enquanto está parado(a) sobre seu gramado com todas as ferramentas disponíveis na sua frente sem saber por onde começar mesmo tendo total domínio do uso das mesmas.
Aprenda que o medo não é bom conselheiro e a indecisão é a mãe dos atrasos. Uma pessoa indecisa torna-se medrosa, não quer assumir riscos, pensa demais e não consegue gerar uma ação concreta. É óbvio que você tem que pensar demais antes de tomar uma decisão, eu mesma faço isso e analiso todos os pontos antes de cravar um sim ou um não. Mas pensar tanto a ponto de ter que consultar os pais, irmãos, parentes, colegas de trabalho, fazer post nas mídias sociais pedindo a opinião de terceiros e ficar se guiando pela cabeça dos outros não é saudável. Serão mais vozes colaborando para o seu atraso.
Quem sabe o que quer, onde quer chegar e onde quer estar daqui há uns anos é você! Só você pode dizer o que quer e mesmo com dor no coração dizer sim ou não para oportunidades. Eu tenho pessoas de confiança para consultar e compartilhar dúvidas, medos, anseios, alegrias, risadas e tudo mais sobre minha vida profissional. Conto nos dedos quem são os que me ajudam nesta trajetória. São poucos mas são excelentes parceiros que não largo nem por um decreto.
Parceria é tudo!
Por isso recomendo que você tenha parceiros. Pode ser um amigo próximo, um colega de trabalho, uma pessoa mais experiente um parente, seu cônjuge, mentores, sei lá. Escolha alguém, crie uma relação de confiança e se abra. Essa pessoa vai te ajudar muito e estará apta a enxergar becos que você não enxerga. Vai te mostrar saídas e também te confrontar quando estiver cometendo um erro pensando que está agindo corretamente.
Tenha calma.
Tenha calma.
Novamente: Tenha calma!
Antes da borboleta, vem a lagarta; antes do abdômen trincado, muitas séries de abdominal; antes da carroça, os bois. Tudo tem um ponto de partida e um processo. Por que você quer ir correndo rumo ao seu alvo? Por que você não quer respeitar tempos, processos e etapas? Por que você acha que já tem que pegar seu assento na janela e não pode ficar um tempinho em pé no corredor do ônibus da vida até chegar sua vez de sentar?
Todas essas perguntas são difíceis de responder e compreender. Me flagrei no começo da carreira fazendo todas elas e achando que o diploma me concedia garantias suficientes para sentar automaticamente na janela. Quando tive que passar muito tempo em pé e depois vi que meu assento era no corredor de um ônibus abafado e empoeirado, eu fiquei revoltada! Como assim a vida não era mais justa? Por que para alguns era mais fácil e para mim mais difícil? Por que pessoas menos sábias, desprovidas de inteligência, arrogantes e soberbas estavam sentadas ao sol e eu na escuridão (em alguns casos mantendo acesa a energia do sol que as aquecia)? Fiquei revoltada, mas busquei formas lícitas e justas de chegar até o sol ou pelo menos sentir o calorzinho dele no quarto escuro no qual me encontrava. Tive calma, comecei de baixo, agi com justiça, licitude, responsabilidade e entrega. Agora estou aqui. Foi necessária muita resiliência, apoio familiar, amigos, autoconhecimento, abdicações e vontade de vencer para chegar em lugares que eu gostaria. Não, eu não sou a melhor do mundo e não vivo um glamour Linkediano, mas dentro do que eu almejava me sinto vencedora, próspera e feliz. Me considero uma eterna aprendiz, apta para ouvir, pronta para ensinar, ávida por trocar experiências e mantenho a mesma humildade de principiante, mas sei quem eu sou, conheço meu potencial, onde quero e posso chegar. Te estimulo a fazer o mesmo.
Largue as amarras da dúvida, do medo, da incerteza, as inseguranças e se jogue no futuro que te espera. Se você não começar e assumir riscos hoje, nunca saberá o que te espera na estrada da vida profissional. Coloque seus sonhos embaixo do braço, feche os olhos e vá com tudo rumos às suas metas e objetivos!!!
É nós, é a gente, só não pode ser eles!!!
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