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Hoje temos um novo post da coluna Direto de P&D. Uma coluna para retratar os questionamentos, aprendizados e conselhos de quem está com as duas mãos na massa – VOCÊ! Tem um ponto de vista sobre os assuntos que rodeiam essa área apaixonante de criação de alimentos e gostaria de publicar aqui? Manda seu texto para mim – você pode publicar como um convidado ou até virar nosso colunista.
O texto de hoje é da Juliane Dias, do Food Safety Brazil (o site em que eu e meu querido sócio Dafné nos conhecemos) e do Cuore Curioso, onde ela escreve sobre os dilemas da maternidade. Sempre questionadora, hoje a engenheira de alimentos, traz uma reflexão: a diferença entre o que consideramos comida de bebê aqui e na Inglaterra – e o impacto para a nossa cultura alimentícia.
Batata, cenoura, um ou outro ingrediente para variar, como feijão, milho, macarrão ou abóbora, sendo a proteína éa carne ou frango. Nada de tempero, porém com sal. Nada de peixe. Essa é a nossa referência de papinha apropriada para o bebê, baseado no que há de disponibilidade nas gôndolas de supermercado no Brasil. Mas no exterior é bem diferente: as papinhas industrializadas são muito criativas e podem inspirar o cardápio em casa, ou provavelmente foram inspiradas na comidinha da mamãe nesses países onde os consumidores não tem paladar infantil.
Eu sempre me preocupei em aproveitar a janela de oportunidade para desenvolver o hábito alimentar dos meus filhos, para desenvolverem aceitação de uma ampla variedade de alimentos. Tanto que preparo papinhas que têm ingredientes como língua bovina, peru e salmão, além de temperos como gengibre, alho e tomilho, mesmo que sem o sal.
Mas quando tenho que lançar mão da conveniência, as opções são limitadas.
Numa viagem para a Inglaterra, país onde as pessoas apreciam diversidade de sabores e frequentam restaurantes indianos, tailandeses, marroquinos, vietnamitas e tem em seus freezes alimentos étnicos dos mais variados, não deixo de fazer um paralelo do resultado de uma introdução alimentar variada e a abertura à diversidade alimentar! E essa diversidade certamente vem de uma cultura materna/paterna de querer expor seus bebês ao diferente.
Vejo pais aqui no Brasil dizendo: “coitado, vou dar berinjela para ele? Fígado, ai credo, nunca dei!”
Bom, meu filho está com nove meses, e portanto, na fase em que já há alguma liberdade alimentar e necessidade de se introduzir pedacinhos, mas ainda há restrições ao sal. Fui comprar papinha no mercado e caí de costas com esse “menu” da Heinz:
Para os bebês maiores de 10 meses, a “piração” continua:
As opções acima não são de um único fabricante que atende a um mercado muito específico. Pelo contrário, há outros que seguem a mesma linha, como a Little Angels:
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Essas opções vêm na forma de blister, bem mais leves para se carregar e sem risco de quebra.
A Cow and Gate é um pouco mais clássica na embalagem, que é de vidro, mas mesmo assim traz diversidade:
Para os bebês grandinhos, vi no site bandejas com:
Não cheguei a experimentar, mas as sobremesas deste mesmo fabricante parecem incríveis, além de saudáveis, incluindo quinoa, iogurte, frutas vermelhas e arroz doce!
Outra coisa que percebi: a possibilidade de compra da proteína de forma separada dos vegetais. É possível levar para a casa um mix de vegetais como base e escolher se vai ser acrescentada de carne ou de frango industrializada, ou a que a família estiver consumindo. Algumas opções que merecem destaque é o brócolis com arroz, espinafre com batatas e o curry de vegetais. Essa é uma possibilidade da marca alemã Holle, que só trabalha com papinhas orgânicas.
Não são variedades extraordinárias?
Fica um grande desabafo: como inovar para um mercado que tem paladar infantil?
A pessoa nasce com paladar infantil, ou é educada para que ele seja limitado a sabores neutros e aversão à texturas?
E o que pode acontecer se este paladar não é nada estimulado na introdução alimentar e segue sendo mantido através de menu kids dos restaurantes (opções: macarrão, nuggets, bife, batata frita, arroz…) onde as crianças são segregadas do cardápio dos adultos (que por sua vez pedem comida mexicana sem pimenta, moqueca sem coentro, ceviche sem cebola)? É quase certo que o que sobra para “inovar” é manter os sabores de sempre, variando minimamente apresentações. O “hot-roll” dos restaurantes japoneses é um exemplo icônico: um sushi completamente descaracterizado, que ao invés de apresentar notas salgadas, doces e ácidas simultâneas com um peixe cru dentro, se tornou um empanado do tipo “arroz com peixe”.
Aí entramos num ciclo sem fim: a indústria não inova com receio de se arriscar mais e ver seus produtos mais ousados morrerem nas prateleiras e o consumidor por sua vez não se expõe á possibilidade e ideias que possam levá-lo a questionar a mesmice e ampliar seu paladar.
Como mãe, fica meu apelo às famílias: aproveitem a janela de desenvolvimento dos seus bebês para que eles possam desfrutar, no futuro, de possibilidades muito mais amplas de nutrição e prazer e ofereçam variedade sem receio. Como engenheira de alimentos, convido as indústrias que carregam verdadeiramente a bandeira da responsabilidade social a iniciarem um processo de oferta de papinhas saudáveis variadas que lentamente quebrem paradigmas e colaborem com ganho de todo mercado do futuro: imagine só quanto novos nichos poderão se abrir se a nova geração demandar diversidade.
Abrindo as portas de 2019 e descortinando os cenários futuros e palpáveis para este ano, pensadores de diferentes áreas de alimentos trazem a sua resposta a esta pergunta. Um evento para tratar de inovação, P&D, marketing, legislação, qualidade, empreendedorismo e experiências de consumo e preparar você para os desafios do ano.
Venha discutir conosco os caminhos possíveis para o mercado de alimentos neste ano que se inicia.
Nós acreditamos que Inovação, Qualidade e Regulatórios precisam andar juntas. Inovação deve ter responsabilidade e atendimento à legislação. Qualidade deve acompanhar os movimentos das novas tecnologias e mudanças do cenário de consumo.
Horizonte 19 Food: um olhar abrangente e multifocal sobre o mercado de alimentos em 2019.
O evento acontece em São Paulo nos dias 31/01 e 01/02/19 e em Curitiba nos dias 21 e 22/02/19.
Juntos podemos causar um grande impacto através de pequenas ações: compartilhe e espalhe a mensagem.
E mais: participe da comunidade privada de +12000 visionários de alimentos que recebe dicas e insights exclusivos.
Sem spam. Só inovação.
muito interessante seu ponto de vista!
Oi Ju, adorei o seu artigo! É isso mesmo! Queremos inovar, mas o consumidor brasileiro ainda é muito tradicional/restritivo nas suas escolhas alimentares…. Parabéns pelo bebê! Bjs
Muito bom seu artigo sobre papinhas de bebê industrializadas, sempre que posso acesso seu blog para tirar algumas dúvidas para meu projeto. Estarei acompanhando sempre. Grato!
que show, Ulisses! Ficamos felizes em lhe ajudar!