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Ontem compartilhe aqui a minha visão sobre o futuro de P&D de alimentos: nas suas áreas estratégicas, porém não essenciais, as empresas operarão em uma rede volátil, interagindo e co-criando com uma série de empresas, como uma constelação. Nesta rede volátil, o P&D não é mais interno – ele atuará como Desenvolvimento de alimentos as Service (DaaS).
Este é um modelo que já existe, mas de forma bastante fragmentada. Na indústria de alimentos, no Brasil, a relevância de atores que prestam serviços em desenvolvimento de novos alimentos ainda é pequena. Talvez por isso, você não tenha ainda ponderado nesta rota como uma possibilidade de carreira para você.
Eu entrei na carreira de Pesquisa e Desenvolvimento há 20 anos: minha primeira experiência foi um estágio em P&D de um frigorífico. Depois disso, foram 14 anos em P&D Corporativo e agora quase 4 anos na Tacta como consultora.
Estes últimos anos aceleraram a minha curva de aprendizado. Talvez seja porque trabalhar com projetos de clientes, um diferente do outro, exige uma busca gigante de conhecimento. Eu expandi meus horizontes e fiquei mais madura profissionalmente.
Sabe uma coisa? Eu queria ter feito esta transição antes, mas tinha muito, muito medo.
Quão estável seria meu rendimento? Onde eu conseguiria clientes? Quem saberia quem eu sou no meio de um monte de consultores? Será que eu saberia desenvolver produtos, sem o apoio de todo um time de P&D? Em que planta-piloto faria os testes?
Eu tinha muitas dúvidas.
Até que criamos a Tacta e os projetos começaram a aparecer. E então, vieram algumas revelações que eu gostaria de saber antes – quem sabe eu teria me lançado nesta carreira bem mais cedo.
Hoje eu vim aqui compartilhar esse aprendizado com você – porque novos formatos de carreira estão acontecendo, e talvez você esteja se preparando para eles.
Parece um contrassenso: afinal numa consultoria você é contratado justamente pelo seu conhecimento. Mas é isso mesmo, você não precisa saber tudo. Você tem que saber bastante, quanto mais melhor, mas é impossível saber tudo.
Pintou um projeto cuja tecnologia você não domina? Não se desespere. Crie caminhos para fazer a ponte entre o conhecido e o desconhecido.
Como? Parcerias, networking, rede de fornecedores, muita leitura, muita pesquisa, contatos na Academia. Ajuda se pede.
Não se apavore: crie caminhos.
Para criar estes caminhos, networking. Ser humano é bicho relacional, ele ajuda a quem conhece. Portanto, faça-se conhecido. Você tem que criar laços reais com pessoas do seu mercado e fora dele: quanto mais diversa for a sua rede de contatos, mais rica.
Até uns anos atrás, para fazer isso era preciso circular em eventos do setor (ainda é o jeito mais real de criar estes laços, e um dos maiores valores que eu vejo nos curso da Tacta). Agora, não mais. Linkedin e demais redes sociais estão aí justamente para aumentar a sua rede de contatos. Dessa rede sairão seus parceiros para resolver a questão anterior e (principalmente) seus clientes. Seus futuros clientes estão em alguma rede, fazendo agora uma pergunta que você poderia responder – quanto maior é a sua rede, maior é a chance de você ver esta pergunta ou ser direcionado a ela.
A rede só aumenta com presença digital real. Mas isso já é outro ponto.
Criou o perfil no Linkedin, entrou em todos os grupos de whatsapp possíveis e já está pensando até em ter um site? Ótimo, primeiro passo dado.
Agora é hora do segundo e mais importante: tenha uma presença digital. Seja visto. Converse, interaja, faça comentários. Esqueça que você tem vergonha, vai com vergonha mesmo e posta. De preferência sobre algo relacionado ao seu assunto favorito, àquilo que você gostaria que as pessoas relacionassem a você. Posta (aliás, já faz isso hoje).
Seja conhecido como um iniciador de conversas. Você será visto como alguém que faz os outros pensarem, você será lembrado e você criará uma imagem a seu respeito.
Um amigo até tem uma expressão para quem fica só fica olhado o que os outros postam: fantasma digital.
É isso – não seja um fantasma digital. Tenha uma presença digital.
Talvez você não precise dominar todos os assuntos, mas em algum você deve ser fera. Mas fera mesmo, tipo referência. De preferência, nacional.
Existem milhares de consultorias, muitas delas bem genéricas: como você será lembrado nesta profusão de empresas? Quem não quer definir um nicho, acaba fazendo tudo o que aparece pela frente. Vejo muita gente querendo fazer tudo, e não atingindo nada.
A meu ver, este é um erro estratégico, principalmente para quem está começando.
Podemos até pensar que não está num nicho, mas estamos sim. É bom reconhecer isso e atuar para fortalecer este nicho ou ampliá-lo se for muito pequeno. Cada nicho de atuação de uma Consultoria, envolve um tipo de serviço, um tipo de cliente, um tipo de atividade, um tipo de comunicação. Somos muito mais efetivos quando atuamos em um nicho em que somos muito feras.
Se você é fera em desenvolver produtos para food service, vá fundo! Eu embalaria esse conhecimento da forma mais linda do mundo. Imagina quanto vale essa sua experiência para quem está querendo montar uma hamburgueria? Ou para quem está fazendo o seu processo de franqueamento? Ele pode valer menos para uma indústria de alimentos genérica, mas se eu sou uma empresária deste ramo específico, você é a solução dos meus problemas, as minhas noites bem dormidas.
Meu aprendizado mais recente tem a ver com o tipo de projeto que conduzo. É algo que levei tempo para entender e, quando entendi, comecei a realizar projetos que faziam muito mais sentido para mim (e tinham mais valor!).
Este aprendizado me trouxe uma mudança de perspectiva importante, capaz de me fazer atingir projetos bem mais valiosos e significativos, tanto para mim, quanto para meus clientes.
Talvez você esteja agora pensando em fazer a transição de uma carreira em P&D corporativo para uma Consultoria de Desenvolvimento de Produtos.
Como vai desenvolver produtos sem uma equipe? Sem uma planta-piloto?
Aqui vai o meu 5° aprendizado:
Pode ser que você, como Consultor, gere protótipos para seus clientes – com certeza é um serviço muito buscado, principalmente por empreendedores iniciantes que estão se lançando no mercado de alimentos. Este é um dos mercados que está em profusão no momento, com startups buscando revolucionar o setor de alimentos – e precisando de apoio técnico para isso.
Mas este não é o único serviço de desenvolvimento que você pode prestar para seus clientes. Estes empreendedores muitas vezes já têm o protótipo em mãos.
O que eles precisam então?
Existe uma vasta gama de serviços de Pesquisa e Desenvolvimento que podem ser ofertados em uma Consultoria, para além de gerar protótipos: serviços que estão mais relacionados ao negócio e estratégia de atuação da empresa Cliente.
E aí que está a chave: P&D é setor altamente estratégico em uma empresa. Quanto mais nos enxergarmos assim, mais valiosos serão também nossos serviços para nossos clientes.
Ah, e você já criou aquele post no Linkedin para começar a criar a sua presença digital? Conta lá e me marca
(basicamente, no que você é fera?)
Amanhã eu volto com mais um artigo sobre o futuro de P&D – vamos falar sobre quais funções ainda ficarão dentro das empresas produtoras e as competências que você deverá ter caso deseje manter esta posição.
Para ler mais:
P&D e empreendedorismo não são carreiras excludentes
O que fazer se você foi demitido
Existem outros modelos de carreira além da corporativa
Eu vou compartilhar com você muito mais aprendizados e sacadas da minha experiência em P&D e Consultoria. Criamos um curso específico voltado ao Desenvolvimento de Alimentos neste novo modelo de mercado e já estamos na quarta turma.
Ele começa em 18 de agosto de 2022, totalmente online, e eu acho que você vai adorar o que viemos preparando nos últimos meses.
As inscrições já estão abertas e vão apenas até dia 17/08. Venha fazer parte desta jornada, clicando no botão abaixo.
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