Receba insights e boas práticas sobre inovação de alimentos
Preencha o formulário abaixo e receba conteúdo exclusivo sobre inovação de alimentos
Preencha o formulário abaixo e receba conteúdo exclusivo sobre inovação de alimentos
Está lá você, na sua nada mole vida de pesquisador da área de alimentos, trabalhando como um condenado, pesando formulação atrás de formulação na bancada, testando protótipos na planta-piloto e, sarna da administração moderna, participando da terceira reunião do dia. O dia de hoje acaba, você volta para casa, janta e dorme. Quando acorda, no dia seguinte, tudo novamente. O Dia Mundial do Consumidor, aquele, no qual você deveria pensar 110% do seu dia, passou – e você nem se deu conta.
É hoje, colega. O Dia Mundial do Consumidor é 15 de março – dia em que John Kennedy, este emblemático líder norte-americano discursou sobre os direitos mais básicos dos consumidores: segurança, informação, escolha e ser ouvido.
Profético, não? No ano em que a legislação de alergênicos finalmente entra em vigor no Brasil, o acesso à informação entra na roda de debate em terras tupiniquins.
Posteriormente, os direitos foram expandidos para 8 – não confunda, contudo, com os 9 direitos básicos do Código Brasileiro do Consumidor, que se inspiram nestes, mas expandem algumas categorias.
Tenho cá minhas convicções. Uma delas é que a distinção entre P&D e Qualidade é uma grande bobagem, que pretende servir ao lema “dividir para conquistar”: mas divide tudo e não conquista nada. P&D e Marketing é outra dessas grandes falácias conservadoras que, graças a tantas velas acesas à Deusa Ajudadora dos Novos Produtos, está vindo por terra.
Como pode ser que a área que precisa falar com o consumidor não seja a mesma área que cria o produto que o impressiona?
Aí você está pensando, cara pálida: o que esse dia do Consumidor tem a ver comigo? Já tem a área de Qualidade que fica recebendo reclamações do SAC!
Acorda, colega!
Se você, como P&D, não pensa no consumidor desde o PRIMEIRO estágio de desenvolvimento, não há Qualidade no mundo que consiga fazer seu belo produto reinar na gôndola. O consumidor não é meramente seu alvo: ele deveria ser o seu melhor amigo.
Sim, claro, colega. Você fica lá apagando incêndio na fábrica, criando produto para o gosto da sua chefe e enquanto isso o mundo já acordou para uma nova relação da indústria com o seu consumidor.
Enquanto vossa senhoria continua desenvolvendo produtos do jeito que o vovô fazia, empresas dos mais variados segmentos estão criando soluções mais criativas e integradas no mundo dos alimentos.
De uma forma muito simples: ouvindo ao consumidor.
Quer exemplos, para deixar mais claro?
A Barilla, em associação com o Food Innovation Program, lançará no mercado dois produtos desenvolvidos para resolver problemas especiais do consumidor italiano:
Na Noruega, o projeto se desenrolou ao redor da alimentação no carro – se você já tentou comer algo enquanto viajava, ou esperava no trânsito, sabe do que estou falando. Bagunça. Sujeira. Migalhas. Mãos sujas.
Agora, pensa em comer um peixe no carro.
Fiquei louca, não?
Pois é o que a Associação de Produtores de Pescado da Noruega queria desenvolver. Só que de um modo novo: ao invés de ficarem sentados numa mesa analisando relatórios de tendências, ou de testar protótipo atrás de protótipo na planta-piloto, os pesquisadores pegaram um bloquinho de anotações e foram para a rua.
Ouviram o consumidor. Foram empáticos. Deram voz a quem nunca é ouvido. Perguntaram a ele – e não ficaram supondo – quais problemas tinha, e o que gostaria de comer quando estivesse na estrada.
A resposta foi muito bacana e você pode ler o artigo em mais detalhe aqui. Para sintetizar, o que eles entenderam:
Pronto: os pesquisadores chegaram a nada mais, nada menos do que 10 CONCEITOS diferentes para resolver o problema do consumidor. Que era COMER NO CARRO SEM FAZER SUJEIRA.
Agora, pensa no último produto que você desenvolveu. Você sabe qual problema do consumidor você resolveu com ele?
Conta aqui para a tia: você realmente estava pensando no consumidor quando desenvolvia este produto?
Ou fez mais uma bolacha recheada para colocar no mar de bolachas recheadas que se sentam nas gôndolas de supermercado?
Ao invés de desenvolver uma salsicha, que tal desenvolver uma comida – algo que alguém come, e não apenas mais uma salsicha para ter na prateleira refrigerada? Algo memorável, que de fato faça diferença para o seu consumidor?
Que tal se destacar como a empresa que resolveu a questão do lanche no meia da tarde no escritório? Ou que propôs uma solução para os nômades digitais que não tem cozinha fixa? Ou para a galera do trekking, que está invadindo os nossos parques nacionais?
Quem é o seu consumidor? Você o conhece?
Eu gosto muito da abertura do artigo 4º do Código Brasileiro do Consumidor que diz:
“A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo.”
Colega, se você ainda acredita na separação Qualidade/P&D ou Marketing/P&D, lê ao menos esta parte:
Coloca isso na sua proteção de tela. Faz um quadrinho para prender na parede no laboratório.
E hoje, quando você estiver definindo os seus planos para os próximos dias, inclua um encontro com o consumidor. Direto. Sem intermediários: só você e ele.
Depois me conta como foi.
Feliz Dia Mundial do Consumidor, cara pálida!
Juntos podemos causar um grande impacto através de pequenas ações: compartilhe e espalhe a mensagem.
E mais: participe da comunidade privada de +12000 visionários de alimentos que recebe dicas e insights exclusivos.
Sem spam. Só inovação.
Deixe um comentário