Nesta nova coluna , às sextas-feiras, eu respondo às perguntas que me foram feitas durante a semana anterior. Tem alguma pergunta sobre inovação, pesquisa e desenvolvimento de alimentos? Manda para mim no [email protected] que eu seleciono as melhores perguntas e publico nesta coluna.
 

PERGUNTA

Esta aqui é clássica, e veio da querida Camila de Porto Alegre. Ela se autodenomina “faz-tudo” em uma pequena empresa aqui na Capital dos gaúchos, e tem um grande problema: seu volume de compras é tão baixo que poucos fornecedores se interessam em vender para ela.
Obviamente, ninguém produz sozinho – até a vaca precisa da grama para produzi leite, não? – e isso coloca ela numa sinuca de bico com os seus projetos.

E então: como encontrar fornecedores para uma pequena indústria?

SRA INOVADEIRA RESPONDE

Querida Camila: é uma pena que a sua realidade seja tão comum. Está cheio de empresas pequenas, super criativas e prontas para estourar a boca do balão, que são simplesmente desdenhadas pelos grandes fabricantes de ingredientes e embalagens.
É exatamente o oposto do que prega o design thinking: quem fez o curso introdutório que eu referencio aqui no site (gratuito, galera!) sabe que o ideal, para novos projetos, é esquecer a “grande ideia”. Melhor para a inovação é apostar pouco a pouco, para que eventuais erros no processo tenham pouco impacto no bolso do empreendedor ou empreendedora.
Contudo, ainda estamos presos num modelo mental que privilegia o “pouco esforço – muito resultado”, que é o que um fornecedor teria caso uma grande empresa comece a comprar dele um de seus produtos. (É claro que grandes empresas também tem grandes exigências, mas a concentração dessas exigências em um único cliente tem a função de poupar esforços de Vendas e Qualidade no fornecedor).
Fornecedores espertos, antenados com o que está acontecendo no mundo, já entenderam que esta lógica linear  não funciona mais (ou, ao menos, está mudando). Empresas disruptivas podem ser diminutas hoje, e daqui a 1 ano ter um volume surpreendente – e quem as ajudou a crescer sempre terá privilégios.
Quer um exemplo? A Dauper cresceu 40% em 2015, em meio à crise! Faz as contas para imaginar o quanto ela cresceu nos últimos 5 anos… e onde ela estará, se manter a linha, nos próximo 5.
Bom, mas no nosso mundo atual, ainda temos problemas, não é, Camila? O que você pode fazer? Vou te dar minhas ideias em vídeo:
 

 
Quer ideias de como se associar para formar uma Central de Compras? O Pequenas Empresas, Grandes Negócios fez uma matéria aqui sobre o assunto e o Sebrae dá uma noção de como montar uma central de compras de cosméticos aqui.
Gostou do vídeo? Lembre-se de curtir  e se inscrever no nosso canal no Youtube! Vem muito mais por aí!
O seu problema é oposto? Tem fornecedores morando do outro lado do planeta e está sem condições ($$$) de fazer auditoria in loco? A melhor dica que eu poderia te dar sobre este caso é “NÃO, não faça isso”. Eu tive experiências bem REAIS provando que “o que os olhos não veem, a Qualidade sente”.
Mas se mesmo assim você quiser comprar sem ver, aqui vão algumas dicas sobre como tratar fornecedores de outros países, que eu escrevi para o Food Safety Brazil.
 
Quer aprofundar esta ideia e entender como fazer a gestão de múltiplos fornecedores? Nós falaremos sobre Gestão e Homologação de Fornecedores em Porto Alegre, dentro dos cursos Descomplique!, nos dias 11 e 12 de agosto.
As inscrições estão rolando aqui.