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SRA INOVADEIRA RESPONDE: QUE PRODUTOS EU DESENVOLVERIA HOJE PARA MINHA EMPRESA?

Postado em 10/10/2018 por Cristina Leonhardt
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Continuando a coluna “Sra Inovadeira responde”, chego a uma das questões que tem me aparecido ultimamente. Talvez por conta do mapeamento de feiras (Apas, FISA e Fancy Food), da publicação de novos produtos no Instagram ou forças ocultas ;): tem um monte de futuros empreendedores que me perguntam no que eu apostaria. Quais são as tendências que eu considero mais promissoras.
Basicamente:
 

SE EU FOSSE ABRIR UMA EMPRESA DE ALIMENTOS, O QUE ELA PRODUZIRIA? QUE PRODUTOS EU DESENVOLVERIA HOJE?

 

 
Aquela bola de cristal que todo mundo gostaria que eu tivesse. Ah, como eu gostaria de ser a guru das previsões de lançamentos de produtos: estaria com a vida ganha agora, não é?
Afinal, era só monetizar e correr para o abraço: quem prevê o futuro com alguma certidão e frequência tem sua posição garantida no Olimpo bancário (frequência aqui palavra importante, vide fenômeno mãe Dináh).
Pois bem, os visionários de alimentos já sabem o que eu penso sobre tendências e previsões globais de futuro: elas não servem para o seu negócio, a não ser como pano de fundo. É extremamente irresponsável decidir pelo desenvolvimento de alimentos meramente porque eles figuram neste ou naquele relatório de tendências – mesmo que a tendência seja perene, como o maior consumo de vegetais.
Qualquer pessoa que se coloque à sua frente e lhe diga “lance este produto que terá sucesso” está, de modo geral, mentindo supondo apenas. O caminho para o sucesso no mercado de alimentos é muito mais complexo do que depurar números e analisar lançamentos passados, para determinar o que será bem-sucedido no futuro. A principal causa desta complexidade, justamente, é o fato de que pouquíssimas empresas podem bater no peito e dizer “eu vendo para o mercado brasileiro”.
Não, migues.
A sua empresa, mais provavelmente, vende num mercado regional. Em algum tipo de nicho, não para os quase 200 milhões de habitantes brasileiros. O seu nicho pode ser influenciado por qualquer tipo de preferência: será que os membros da Sociedade dos Amantes do Torresmo se importam com o consumo de plantas?
Dá bem mais trabalho, e leva muito mais tempo – mas você tem que levantar a bunda da cadeira ir a campo, entender o seu usuário, decifrar as suas preferências e encontrar desejos não atendidos junto a ele. Aí sim, se esses desejos também tiverem aderência a uma ou mais tendências identificadas, ótemo.
Você está em frente a algo promissor.
Dito isso, essas andanças pelo Brasil têm me mostrado que alguns mercados são extremamente carentes. São mercado em que eu, se abrisse uma empresa de alimentos hoje, apostaria.
 

PRATOS PRONTOS VEGANOS


Se você olhar ao redor, as pessoas cada vez mais querem comer menos carne. Isso não necessariamente lhes fará virar veganas, mas fazendo pratos veganos o colega atende flexitarianos, vegetarianos de todas as vertentes e veganos. Até alguns alérgicos.
A questão aqui é que o veganismo é tão pouco enxergado, neste país dos maiores produtores mundiais de carne, que parece que é supernicho – pouca gente se aventura a navegar neste mercado que ainda precisa de uma validação de grande porte.
(Quer saber o que é uma validação de grande porte? É a DoBem perturbando o mercado de sucos no início desta década, e fazendo o consumidor pagar quase o dobro por bebidas com 100% de suco, sem açúcar. Depois que a DoBem provou que o consumidor pagaria por produtos de qualidade, olha quanta gente pulou no barco do suco 100% – ou próximo disso.
Que nome se dá a este efeito? Visão de espelho retrovisor: só acredito em categorias que já são grandes, como nos ensinou o Barry Calpino no Food Innovate Summit.)
Os colegas ficarão pasmos então em saber que 14% dos brasileiros se declaras vegetarianos em 2018. Cerca de 28 MILHÕES de pessoas – nicho, não é? Quantas pessoas a sua empresa atual atende por mês mesmo?
Por que pratos prontos? Porque todo mundo quer conveniência e este é um público basicamente urbano, que também encontra dificuldades para almoçar em restaurantes confiáveis. Pratos prontos – ou alimentos convenientes em geral – viriam em boa hora para esta população.
 
Exemplos de alimentos veganos para se inspirar nesta descoberta você encontra na cobertura da Fancy Food Show. O pessoal da Velivery, que você também já conheceu aqui, investe no mercado de delivery de restaurantes veganos, em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Fortaleza.
 
 

PRATOS PRONTOS PARA ALÉRGICOS E CELÍACOS


A Adriana da Mandala Comidas Especiais que me perdoe, mas está caindo de maduro mais gente entrar neste mercado – até porque não existem alérgicos apenas no estado de São Paulo, não é?
Quem tem alergia alimentar, doença celíaca e/ou sensibilidade ao glúten não celíaca não tem escolha: precisa eliminar os alérgenos – inclusive traços – dos produtos que consome. Eu convido os visionários a entrarem em grupos de alérgicos e celíacos no Facebook para desenvolverem empatia com estes grupos.
(Aliás, visionários de alimentos que ainda não entenderam o papel crucial que têm na qualidade de vida dos grupos para os quais algumas comidas são veneno, e tratam tudo com desdém e pouca responsabilidade, podem voltar mil casas.)
Ao encontrar uma restrição alimentar deste nível, duas coisas acontecem simultaneamente:

  1. A pessoa se transforma num cozinheiro (o que, de todas as formas é uma coisa boa, desde que não seja obrigação por não haver nenhuma opção de fácil alcance);
  2. A pessoa para de comer fora de casa, devido à baixa confiança nos padrões de higiene e controle de alergênicos dos restaurantes Brasil afora.

Pois bem, quem está cozinhando que nem louco, o dia inteiro, sem parar, quer descansar. Alérgico, celíaco, vegano: todo mundo quer tirar a barriga do fogão às vezes e comer algo que tenha sido feito por outra pessoa.
Pois este algo bem dizer ainda não existe. A não ser por alguns exemplos isolados, atendendo total ou parcialmente este grupo, que podem ser citados:

Tem mais gente que se dedica a produtos prontos ou semi-prontos para alérgicos e celíacos, mas não exclusivamente. Fica aquela questão: quão rígido é o controle de alergênicos e glúten nestas produções compartilhadas? Será que é “livre de” ou apenas “sem”?
Para atender a este mercado, você também pode colocar a análise do “sem XXX” na mão do usuário, algo que a Nima está fazendo para glúten e amendoim.
 
Dois mercados que estão sendo basicamente atendidos por startups ou empresas de distribuição apenas regional – ainda não vemos grandes players atuando nestes setores. Dietas especializadas: é onde eu apostaria as minhas fichas no momento.
Uma das questões que se coloca é que em ambos os casos, mas principalmente nos alimentos para alérgicos e celíacos,  é preponderante o papel da Qualidade durante o Desenvolvimento e Produção.
Não adianta nada inovar nestes mercados sem construir confiança.
E confiança é atributo da Qualidade.
Ps.: Inclusão, a gente acredita muito por aqui. 😉 Eu acredito é na empatia na alimentação.
 



Agora eu quero saber de vocês, visionários:
Quais outras empresas brasileiras também atendem a estes mercados?
Em que mercados VOCÊ apostaria?
 


Quem faz um dos cursos de Design Thinking com a Tacta, aprende a empregar essas ferramentas de campo e decodificação de insights.
 

Nossas próximas edições do Breaking the Box (nosso curso de 1 dia de Design Thinking em alimentos) serão em Fortaleza e Lajeado.
 
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Vem aprender a enxergar o mercado de alimentos pelo olhar do seu usuário!
 



As atribuições de Qualidade durante o desenvolvimento de novos produtos a gente explora no curso de Food Safety e Qualidade em Novos Produtos, que também acontece em Fortaleza e Lajeado.
 
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