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A BRF SE CONECTA A START-UPS PARA ACELERAR A INOVAÇÃO: ENTREVISTA COM KELLY GALESI DO b.CONNECT

Postado em 08/11/2017 por Cristina Leonhardt
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Grandes empresas conseguem inovar?
Este é um dos maiores dilemas dos negócios contemporâneos, para os quais rapidez e flexibilidade tornaram-se disciplinas centrais para a inovação – muito mais do que o acesso à tecnologia.
Uma das soluções encontradas é a criação de Células de Inovação, com atuação independente e razoavelmente protegida do negócio principal. Vemos esta solução no projeto Drinkfinity (Pepsico) e no lançamento do Véa (Mondeléz), por exemplo.
Outra saída possível, e que permite resultados ainda mais disruptivos, é pela porta da Inovação Aberta. Através de diferentes programas de aproximação com start-ups, instituições de pesquisa ou pesquisadores independentes, os negócios buscam ser mais expostos à velocidade e tolerância ao risco que são típicos destes ambientes. Exemplos desta solução, em alimentos, no Brasil, incluem a Planta, a Aceleradora Jasmine e o b.Connect da BRF.
Para entender os reflexos deste jovem programa de aproximação com start-ups na capacidade inovadora da BRF, esta semana vamos conversar com Kelly Galesi, que é Head do b.Connect.



 

Inicialmente, poderia explicar um pouco sobre o projeto b.Connect e as motivações que levaram a BRF a conduzi-lo?

b.Connect é o programa da BRF que conecta as diversas áreas do Negócio ao mundo das start-ups para acelerar a inovação da Companhia. A missão do programa é colocar a BRF como participante ativa na construção de uma indústria do alimento cada vez mais sustentável.
Entre as motivações da iniciativa pode-se destacar o poder da inovação de acontecer em todo lugar e não somente dentro da Companhia e do potencial de soluções construídas de forma colaborativa.
 

Que tipos de start-ups a b.Connect está buscando? Idealmente, em que estágio de maturidade elas devem estar?

Quaisquer start-ups cujas soluções quando aplicadas à nossa cadeia atual tragam um real benefício, auxiliando na produtividade, eficiência e sustentabilidade de toda a indústria, além de start-ups que estejam desenvolvendo soluções totalmente inovadoras no mundo dos alimentos.
Sobre o estágio de maturidade, o foco do programa é a busca de start-ups que já tenham um produto rodando.
 

Vocês se aproximam também de start-ups que desenvolvem produtos? Por quê?

Sim, pois além de ser uma forma de buscar oportunidades para portfólios futuros, muitas vezes acabamos por meio de produtos chegando a novos processos que podem melhorar nossos produtos atuais.
 

Na sua opinião, o que a BRF tem a aprender desta aproximação – falando do ponto de vista de corporação, mas também do ponto de vista individual? Como os profissionais que trabalham na BRF se beneficiam do contato com start-ups nas áreas em que atuam?

O aprendizado em todos os sentidos tem sido muito intenso. Seja:

  • no acesso a novas soluções e tecnologias, que até então não tínhamos aplicado em nossa indústria,
  • na própria dinâmica de relacionamento com negócios de naturezas tão distintas que são as start-ups,
  • no fato dessa relação trazer um questionamento positivo internamente acerca da nossa velocidade de reação às mudanças e,
  • com certeza, no próprio desenvolvimento das pessoas e dos times que estão envolvidos com o programa, que acabam por trabalhar novas habilidades e competências em seus escopos de trabalho.

 

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Equipe b.connect no bDrops – evento de pitch de startups para algumas áreas do escritório da BRF em Curitiba Créditos – Fotógrafo Max Saborito


O b.Drops é uma das ferramentas do programa b.Connect para engajamento do público interno.
São sessões de inspiração, conversa e mão na massa sempre com a presença de convidados externos que de alguma forma fazem parte do ecossistema de startups do Brasil.

 

O mecanismo do b.Connect envolve o lançamento de desafios para os parceiros: que tipos de desafios a BRF está lançando no momento?

Envolve a divulgação de desafios, mas também algumas conexões são feitas em sentido inverso – as start-ups já chegam com soluções que sabem ser atraentes para nosso negócio.
Atualmente, temos diversos desafios sendo trabalhados, alguns deles estão relacionados diretamente aos produtos e às embalagens atuais, por exemplo.
 

A BRF conta com um corpo técnico bastante grande nas diferentes esferas em que atua. Como você percebe que determinado desafio interno da companhia poderia ser melhor resolvido por uma start-up do que pelas competências internas da empresa?

Essa é uma das premissas do programa, afinal sabemos da nossa competência internamente, mas também precisamos reconhecer que muitas inovações podem surgir nos lugares mais inesperados.
Uma das provocações que mais fazemos aos nossos times é buscar soluções, por exemplo, em mercados totalmente diferentes dos nossos. Soluções que hoje são usadas para determinado fim, mas podem muito bem ser aplicadas de uma forma diferente e assim resolver desafios nossos. E inovações assim só serão encontradas se permitirmos olhar para fora e co-desenvolver soluções com parceiros externos.
 

Como você gerencia a expectativa de resultados de uma multinacional com capital aberto com o timing dos projetos de inovação?

Em se tratando da iniciativa b.Connect, os líderes da Companhia compreendem que as soluções de fato mais inovadoras levam um pouco mais de tempo para serem desenvolvidas. Mas o que buscamos na gestão do programa como um todo é balancear os projetos, garantindo um mix de iniciativas de curto, médio e longo prazo.
 

O projeto já tem cerca de 1 ano de existência: quais foram os maiores desafios que você encontrou como líder para garantir que ele fosse bem sucedido?

A maior barreira da inovação está dentro das próprias pessoas, pois elas precisam ter mindset aberto ao novo, serem mais flexíveis, terem tolerância ao erro e permitirem o aprendizado.
O programa depende das pessoas para acontecer e escalar dentro da Companhia e isso muitas vezes não é uma tarefa fácil. Há uma grande diferença de perfil entre as pessoas e os departamentos.
 

Você poderia destacar seus principais aprendizados até o momento, sendo líder de um projeto de inovação dentro de uma corporação gigantesca como a BRF?

Na minha opinião, o maior aprendizado até o momento é justamente o ponto que tocamos acima: pessoas.
 

Mais do que novos processos, soluções inovadoras ou tecnologias disruptivas, o que faz com que a inovação aconteça dentro de uma organização assim são as pessoas que fazem parte do time.

 
 

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Créditos – Fotógrafo Max Saborito


Kelly Galesi, Formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Metodista e com MBA Executivo em Marketing pela ESPM, Kelly Galesi tem extensa trajetória ligada à inovação em grandes empresas multinacionais de eletrodomésticos e alimentos, liderando as iniciativas de Corporate Venture Capital nessas companhias, e experiências em instituições acadêmicas e como empreendedora.
Atualmente, Head do Programa de Start-ups da BRF, também liderou a estratégia de inovação para categorias importantes no negócio de alimentos e a plataforma de open innovation da Companhia. Em 2015, iniciou uma jornada empreendedora abrindo um negócio próprio. Antes disso, liderou a construção da frente de Corporate Venture para a Whirlpool, atuou como business development para diversificação da atuação da Companhia e foi gestora da inovação para as diversas categorias do negócio de eletrodomésticos. Ministrou aulas sobre Inovação na instituição Senac. Sua experiência anterior foi na área de Comunicação das empresas Whirlpool e Caterpillar.
 


 

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Você pode complementar esta leitura com este ebook da KPMG sobre o assunto.
 


 

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