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INOVAÇÃO COLABORATIVA DE ALIMENTOS: ENTREVISTA COM FERNANDO DE JESUS, GESTOR DA PLANTA (A 1ª PLATAFORMA BRASILEIRA)

Postado em 18/01/2017 por Cristina Leonhardt
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planta, inovação, open innovation, colaboração, pesquisa, desenvolvimento, mercado, patente, engenharia, P&D, R&D, alimento, duas rodas, sra inovadeiraEstá curioso para saber como é esse negócio de Inovação Colaborativa? Neste bate-papo com o Fernando de Jesus, idealizador e gestor da Planta, a 1ª plataforma de inovação colaborativa de alimentos e bebidas no Brasil. Ele nos fala sobre como funciona a plataforma, como surgiu essa ideia dentro da Duas Rodas, e quais são os principais aprendizados que ele, como gestor, tem desde a criação do projeto. A Planta foi lançada em março/16, no mesmo mês que a Sra Inovadeira nasceu – não faz todo sentido esta parceria, visionários?
Então, vamos à entrevista.

1) Começando do princípio: o que é a Planta e o que significa para a Duas Rodas esta iniciativa?

A Planta é a primeira plataforma de inovação colaborativa para alimentos e bebidas do Brasil.
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É uma iniciativa independente dos negócios da Duas Rodas, ou seja, é uma startup fomentada pela companhia, mas que não responde aos interesses próprios apenas da organização. O que queremos é criar um movimento, um espaço entre consumidores, universitários e empresas, para desenvolverem de maneira colaborativa o futuro de alimentos e bebidas no Brasil.
Estamos abrindo o caminho para que outras empresas possam interagir de maneira mais aberta com os desejos do mercado. Nosso papel é incentivar e promover este movimento, até que ele ganhe corpo para se autogerir.

Nosso verdadeiro desejo, e não falo como gestor deste projeto, mas falo como entusiasta de inovação, é levar a indústria de alimentos e bebidas para frente, criando alimentos e bebidas com mais propósito, com mais significado.

 

2) Como o Comitê avalia e seleciona as melhores ideias? Que critérios são levados em consideração?

Todas as ideias que entram na Planta ficam 1 mês em interação, enquanto isso, um time de especialistas de diversas áreas (Nutrição, Eng. Química, Eng. de Alimentos, Marketing) avalia as ideias e pontua as que são mais inovadoras e as que não atendem a este critério de inovação. As ideias melhores pontuadas são levadas para um comitê que faz uma nova avaliação sobre 3 critérios: Inovação, exequibilidade e estratégia. Novamente, as melhores ideias, então, vão para uma análise técnica e mercadológica. Nesta etapa, avaliamos se existem caminhos técnicos para desenvolver esta inovação e se existem oportunidades mercadológicas (se alguém vai querer comprar esta inovação).
As ideias que tiverem essas respostas afirmativas vão para a parte de viabilidade e desenvolvimento, onde são estudadas tecnicamente, desenvolvidas e testadas. Feito isto, elas serão lançadas ao mercado.

3) Quem pode colocar ideias na plataforma – e qual seria o incentivo para que as pessoas compartilhassem suas ideias na plataforma?

 
Qualquer pessoa que tenha uma necessidade, uma ideia, um desejo. Em outras palavras, não estamos fomentando a busca da ideia perfeita, a ideia mais pronta. Queremos um espaço onde as mais diversas ideias possam ser germinadas, naturalmente brotem e deem frutos para os diferentes públicos: para as pessoas que depositaram a ideia, para a empresa que investiu recursos para concretizar aquela ideia, e por fim, para todos os consumidores que irão consumir aquele produto, encontrando opções mais interessantes, empolgantes, diferentes e convenientes no mercado.

Se a ideia for lançada no mercado, o idealizador da mesma receberá um prêmio de R$ 10.000,00, além do reconhecimento na nossa plataforma.
Em cada ideia postada na planta,  o usuário poderá interagir com ela. Um dos campos é chamado de ” Quero participar”. Este campo é destinado para pessoas técnicas que possuem alguma experiência naquele tipo de ideia proposta, ou seja, é um campo onde você poderá descrever como poderia contribuir com essa ideia para torná-la real. Caso esta ideia for de interesse de alguma das empresas, e ela não tiver esta capacidade técnica, isso poderá ser uma oportunidade para universitários conseguirem um estágio/trabalho para desenvolverem este projeto.

4) E quem tem acesso a estas ideias – apenas a Duas Rodas?

Todas as empresas que apoiarem o movimento que é a Planta têm acesso exclusivo às ideias. Significa que elas podem bloquear as ideias mais interessantes para a sua própria análise, ter acesso antecipado às ideias que entrarem na Plataforma e, o mais importante, podem criar desafios exclusivos para suas necessidades, além de utilizar todo o conhecimento disponível na Plataforma para resolver o seu problema, recompensando a ideia mais agregadora.
Vivemos uma época onde o conhecimento é cada vez mais disponível e líquido, ou seja, ele não está em apenas um formato, uma lógica, uma estrutura. Cada vez mais pessoas que querem fazer diferente encontram novos meios de criar soluções para problemas, justamente por não se basearem em nada pronto e, sim, por buscarem um novo caminho. Abraçar esse novo mundo cheio de possibilidades, além das nossas estruturas corporativas, abrirá infinitas possibilidades para as empresas construírem o amanhã.

5) Como outras empresas podem usar a Planta? Se uma delas se interessar por uma ideia sendo trabalhada lá, o que pode fazer?

As empresas que tiverem interesse em utilizar a Planta assinarão um contrato de parceria, que garantirá os seus direitos e os direitos dos colaboradores da Plataforma. Depois de assinado este contrato, elas receberão um subadministrador, que dará acesso ao gerenciamento da Plataforma, onde elas poderão interagir com as ideias criadas, as novas ideias e as ideias em diversas fases do processo.
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Dificilmente 2 empresas trabalharão em uma mesma ideia pois, se for do interesse, uma delas poderá bloquear aquela ideia para desenvolvê-la, e a outra não terá acesso. O que pode ocorrer é que alguns desenvolvimentos de ingredientes podem ser colaborativos para que ambas as empresas utilizem. Dependerá da criatividade e do propósito que cada empresa dará ou seu produto que irá destacá-la no mercado.
As empresas que quiserem entrar na Plataforma  podem enviar e-mail para [email protected]  que tiraremos todas as dúvidas.

6) As empresas podem lançar desafios? Como isso acontece?

Sim, existe uma aba específica para as empresas lançarem desafios.
O desafio pode ser criado diretamente da sua conta de subadministrador ou o nosso pessoal da Planta poderá fazer este processo. E a empresa define como ela gostaria de receber as respostas para o seu desafio: Aberta (em que todos poderão ver) ou Fechada (apenas ele visualizará).  A empresa parceira determina o prazo e a metodologia de avaliação das ideias e premia a ideia que atingir o seu objetivo.

7) Algumas pesquisas apontam que o executivo brasileiro, em falando de inovação, depende mais dos esforços internos de sua própria empresa do que seus pares de outros países. Você acredita que o Brasil está pronto para fazer inovação colaborativa em alimentos? Como transpor esse excesso de desconfiança?

Vivemos uma era onde o desenvolvimento isolado cada vez mais perde espaço para iniciativas mais abertas, flexíveis e inspiradoras de trabalho. Este tem se demonstrado um caminho de maior sucesso, maior velocidade e mais assertivo. O gênio solitário perde relevância perto do que o coletivo pode fazer.
Muitas ideias de novos produtos podem estar orbitando muito próximo a nós mas, simplesmente, como não estamos abertos para recebê-las, elas se vão. O acesso é uma das grandes barreiras para a criação de ambientes de desenvolvimentos mais focados e inovadores. Além, é claro, há um estigma em torno do desenvolvimento compartilhado.
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Quando olhamos o mundo pela lente do compartilhamento e da coletividade, vemos modelos de negócios transformadores, empresas diminuindo seus custos com P&D e acessando conhecimentos e habilidades que dificilmente seriam alcançados se não fossem por um modelo aberto.
Estamos vivendo um momento de transição. Os consumidores, os produtos, as empresas e seus modelos de negócios são transacionais. E deverão ser assim para sempre. A mudança constante é inevitável.
 

8) Quais foram os seus maiores aprendizados até agora como gestor desta plataforma?

Darei algumas dicas:
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  • Desbravar um novo caminho é uma tarefa árdua, mas muito gratificante.
  • Existem muitas pessoas que querem fazer diferente, você só precisa construir o canal correto para que elas possam lhe encontrar.
  • Boas ideias não estão apenas no P&D. Expanda seus horizontes.
  • Coisas novas levam um certo tempo. É um processo de convencimento contínuo. Lute contra o medo da mudança.

Pra algo novo ser entendido, precisa-se de regras simples. Estabeleça fluxo.

  • Desenvolva embaixadores do seu projeto.
  • Acredite sempre no propósito do seu projeto e relembre a importância disto sempre que possível para quem está no seu ciclo.

 

9) Para finalizar, como estão os números da Planta? Temos ideias já no mercado?

A Planta está disponível para o público há menos de 1 ano, mas já temos resultados bem expressivos;
Neste período de 10 meses, foram geradas:

  • 340 ideias de novos produtos.
  • Destas, 7 ideias estão em desenvolvimento e 4 ideias estão em avaliação técnica e mercadológica;
  • Temos 900 cadastrados na Plataforma e 8.304 pessoas que nos seguem diariamente no Facebook.

 

Quero saber dos visionários e visionárias: já cadastraram suas ideias na Planta? O que acham desta iniciativa?

 


E os visionários já sabem que o maior projeto colaborativo da Sra Inovadeira para 2017 é a Formação em Gestão de P&D, não é?

Ela nasceu da nossa iteração durante o ano de 2016 – sim, eu respondi 100% dos e-mails (mais de 1000!), ministrei 4 Formações em Inovação de Alimentos e participei de 3 Encontros de Visionários. Sempre com os ouvidos atentos e o coração aberto para entender as demandas desse povo de P&D que é tão especial para mim.
Uma formação para quem quer dar um passo na carreira, fazer muito networking e colocar a mão na massa nos temas mais intrigantes de P&D de alimentos. Veja a programação completa aqui.

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