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Provocações da Sra Inovadeira

E PRECISA SER GRANDE PARA FAZER INOVAÇÃO EM ALIMENTOS?

Postado em 29/02/2016 por Cristina Leonhardt
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Algumas empresas maiores têm times de inovação.
Equipes globais para recomendar o desenvolvimento deste ou daquele produto ou linha de produtos. Sistemas complexos para ideação, aprovação, geração de conceito, monitoramento de cada etapa do desenvolvimento e o escambau.
Relatórios coloridos cheios de gráficos que explicam para a Diretoria o que o P&D está fazendo.
Cada empresa chama isso de um jeito, e tem até empresa especializada vendendo este tipo de esquema de Pesquisa e Desenvolvimento para as outras. Você lê as páginas da internet a respeito e chega a suspirar de tão lindo que é este mundo de P&D das grandes, tão organizado e cheio de pequenas etapas que vão dizendo à equipe que ela está indo – ou não – ao caminho certo.
No final das contas, todo mundo quer saber de antemão se está tomando o rumo certo no desenvolvimento de um produto, não?
Pode parecer um mundo lindo e maravilhoso, apenas acessível aos grandes, e impossível de ser alcançado pelos pequenos. Pode parecer que as pequenas e médias empresas estão fadadas a produzir seus produtos como sempre, sem pesquisa, inovação, sem desenvolvimento.
Pode parecer que o processo é importante.
Mas vou te contar um segredo. Talvez não tão segredo assim, mas vou te contar uma particularidade do mercado.
Se tudo isso fosse realmente verdade, não teríamos pequenas empresas roubando a cena o tempo todo.
 

TEM EMPRESA PEQUENA FAZENDO BONITO NO MERCADO

Ou você não ouviu falar dos sucos Do Bem?
Olha o que acontece quando uma empresa lança um produto bacana: o consumidor corre para falar AO MUNDO o que encontrou. Ela cria DEFENSORES e FÃS ARDOROSOS, como um time de futebol.
Quer um exemplo? Veja este post aqui. Esta é a era da transparência – a Lia Caldas do Projeto Lia Caldas 4.0 pode (ou não) ter ganhado uma grana para fazer esta reportagem. Só ela sabe.
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Digamos que tenha sido um post patrocinado. Eles existem. Mesmo assim, ela não se fez de rogada.
Falou bem do que gostou e detonou as versões do suco de que não gostou.
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A Do Bem deveria pedir uma retratação? Chamar a consumidora para uma conversa séria, num canto? Chamar seu time de advogados?
Claro que não.
Quem briga com quem fala mal de si é criança de 7 anos na escola. Ou bar acusado de machismo na Internet. Ou shopping que diz que a mãe não foi barrada de amamentar pelo seu segurança.
Empresa madura ESCUTA o seu consumidor.
Usa as informações dos que gostam – e dos que não gostam – dos seus produtos, para melhorá-los. Para tirá-los da linha. Ou para criar novos produtos. Não necessariamente nesta ordem.
 

OS GRANDES TAMBÉM ERRAM. FEIO.

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Se toda essa estrutura de P&D e Marketing fosse realmente importante, a Coca-Cola não teria lançado uma bebida chamada “Limão & Nada”, em cujo próprio rótulo admitia que tinha muito mais coisa do que limão no tal suco.
Lembro-me claramente de ver a linha na gôndola. Achar bacana. Afinal, a gigante Coca-Cola entrando na tendência do clean-label (rótulo limpo) é uma afirmação de que esta tendência não é mais só tendência.
Lembro-me de olhar a lista de ingredientes.
E NUNCA COMPRAR.
Não importa que a lista de ingredientes realmente trouxesse os ingredientes presentes.
A Coca-Cola errou feio quando pensou que o consumidor entraria na onda, da mesma forma como entrou há 50 anos atrás e começou a beber uma bebida escura, carbonatada, feita sabe-se lá de quê, parecida com nada com que o consumidor tivesse tido contato até então.
Estamos na era da TRANSPARÊNCIA, baby. Eu quero receber o que eu compro.
Limão & Nada? Por favor.
Água, até ok. Mas açúcar não é nada? A linha saiu do ar em 2013.
 

USE OS SEUS TRUNFOS

O que uma empresa pequena ou média tem, que a grande não tem?
Já pensou sobre o assunto?
Os grandes têm acesso à financiamento mais barato, possuem redes interligadas no mundo todo, podem compras em grandes volumes, estão sempre na mira das empresas de tecnologia para demonstrações e testes gratuitos dos novos equipamentos disponíveis.
Ser grande é muito bom, e é o sonho de boa parte das pequenas e médias empresas.
Porém já pensou no que você tem que os grandes não têm? (Ou, sejamos justos, a imensa maioria esmagadora não tem. Surgirá um leitor para dizer que a grande empresa XPTO tem.)

A empresa pequena e média – esperta – tem flexibilidade.

Este é o seu trunfo. E não é qualquer trunfo, caro e cara colega.
Vamos dizer que o seu processo de P&D usa aquele método lá do princípio. Vamos dizer que a sua empresa se encantou com um pacote desses aí e o implantou, agora vocês tem um Comitê de Novos Produtos e ele aprova cada passa que o projeto dá.
Que maravilha, não? Há sempre um grupo de conselheiros para te guiar no caminho. Bacana.
Opa! Se o projeto dá um passo tem que ir para o Comitê? Isso mesmo.
Já pensou de quanto em quanto tempo esse comitê se reúne? E quando inventam uma outra reunião de última hora? E quando o pessoal sai de férias?
Faz o quê?
Processo é bom, organiza, ajuda a clarear a mente. Processo é bom para trabalhar no que é foco, não esquecer de projetos anteriores, promover a melhoria contínua.
Há inúmeras evidências que um processo bem estabelecido melhora o desempenho de P&D.
Contudo, processo também pode engessar. Reduzir a velocidade. Tirar flexibilidade.
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Há que se encontrar um meio termo – e a empresa esperta sabe quando incomoda. Quando sentir que algo está lento demais, repensa. Enxuga. Não deixa ir adiante.
Independentemente do tamanho da sua empresa: use seus trunfos.
Se você trabalha numa empresa grande, use os recursos à disposição. Coloque esta máquina para girar, faça todos os contatos que puder para ajudar a este produto sair do forno. Coloque os equipamentos da planta-piloto para rodar, o máximo possível. Faça testes com o consumidor.
Se você trabalha numa empresa pequena, aproxime-se do pessoal de Vendas. Vá ao supermercado. Conheça o consumidor. Faça o protótipo do seu produto o mais rápido possível e mostre ao público. Corrija o curso assim que aparecerem os primeiros problemas e siga velozmente neste caminho.
Não precisa ser grande para fazer inovação – inclusive, há estudos que indicam que os grandes, de fato, não são nada inovadores. São mais incrementais do que inovadores.
Então, não se melindre.
Eu sei que das suas mãos sairá o produto que vai mudar o mercado.
 
Ps.: O cartoon usado neste post é obra do Tom Fishburne, autor do site The Marketoonist. Ele tem uma visão muito real sobre todas essas questões de marketing, inovação, mundo corporativo e por aí vai. Passa lá!

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