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FLAVORWIKI: PODEMOS USAR A INTERNET PARA ENTENDER AS PREFERÊNCIAS DE SABOR DOS USUÁRIOS?

Postado em 12/07/2017 por Cristina Leonhardt
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Quão grandes e confiáveis são seus dados de análise sensorial? Você usa um painel de 20-30 pessoas para tomar decisões de desenvolvimento de produtos? E se houvesse um modo de acessar quantos consumidores estivessem ao alcance da sua página de internet?
Uma solução tecnológica muito interessante que foi apresentada durante o Food Innovate Summit foi apresentada pela start-up suíço-americana Flavorwiki: uma plataforma para estímulo e compilação de dados sensoriais, que permite realmente massificar a informação sobre sabores e preferências no mundo. A apresentação foi conduzida pelo seu fundador e CEO, Daniel Protz.
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Como acontecem nas melhores histórias sobre start-ups, Daniel começou sua palestra contando que a Flavorwiki nasceu do seu encontro com sua esposa. Ele, um profissional da área de TI, conheceu uma cientista de alimentos – o que lhe abriu os olhos para a importância e complexidade do trabalho em inovação no espaço de alimentos. Antes disso, ele não havia se dado conta de quanto trabalho os visionários têm para lançar seus produtos.
Deste encontro, surgiu a ideia de inovar a forma como os alimentos são desenvolvidos – especialmente,  a forma como os dados de análise sensorial são coletados. Daniel não conseguia entender que, tendo acesso a uma informação direta do consumidor, uma empresa de alimentos buscasse inovação através de painéis sensoriais internos.

E por que estamos falando tanto sobre inovação nos últimos anos?

Daniel aponta que a geração Milennial, que hoje já é importante consumidora para qualquer categoria de consumo (cerca de 2 bilhões de pessoas ao redor do mundo), vai gerar 75% do crescimento econômico de alimentos e bebidas nos próximos dez anos.
É uma geração que se preocupa com autenticidade, padrões éticos, transparência na cadeia de suprimentos. Que gosta de ter experiências através do que compra e que prefere algo fresco.
Um dos pontos principais, salienta Daniel, é que esta é uma geração que procura personificação, algo que seja único para eles. Para que isso aconteça, estão dispostos a colaborarem com as empresas e até a revelarem informações a seu respeito, ao contrário das gerações mais velhas, mais preocupadas com a própria privacidade.
O que diferencia os Milennials das demais gerações é que são os primeiros a nascerem com internet. Como reflexo disso, Daniel mostra o crescimento dos negócios online, desde a fundação da Amazon, em 1994, até os dias atuais, e como o mercado de alimentos apenas recentemente começou a entender este mercado.
Segundo ele, ao colocar a venda de artigos na internet, a Amazon foi capaz de “coletar informações sobre o que as pessoas gostavam de uma forma estruturada e usar estes dados para gerar recomendações para as próximas compras.” Algo que hoje, quase 25 anos depois, é usado por quase todos os atores da internet, mas que à época era bastante revolucionário.

Se formos pensar, bem poucas empresas de alimentos enxergam este mercado, e aproveitam esta grande oportunidade de se aproximar de seu usuário, apesar dos avanços em TI de que somos espectadores nos últimos anos.
Reflexo disso, como mostrou Daniel, apenas 5% do negócio de alimentos se deu online em 2016 – que é quando finalmente este mercado começa a acompanhar o restante da indústria de consumo.

Como usar a internet para coletar informações de preferências do consumidor?

A fórmula de sucesso usada pelos negócios de alimentos online é criar uma interação fluida e natural com o seu usuário. No mundo da tecnologia, diz Daniel, isso é chamado de “product market fit”, um processo que garante que o novo produto será comprado,

não porque estamos evangelizando os consumidores, mas porque os produtos foram desenvolvidos ao redor deles.”

(Lembram do desenvolvimento centrado em humanos, visionários? Também chamado de design thinking?)
Há, contudo, uma limitação importante para a venda online quando se faz uma comparação entre as categorias de consumo em geral e os alimentos.
Apesar de conseguirem coletar uma quantidade imensa de dados online, serviços como a Amazon ainda não conseguem captar o principal fator de decisão de compras em alimentos: o sabor.
Ao contrário de outros dados como preço, valor nutricional, conveniência e restrições alimentares, o sabor ainda precisa ser medido e quantificado de forma consistente, de forma a possibilitar a personalização que é típica do mundo online.
Ainda não temos como saber do que uma pessoa gosta de comer – e, com isso, não temos meios de recomendar a ela outros produtos parecidos.
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Além disso, quando desenvolvemos um produto, dependemos de painéis sensoriais razoavelmente pequenos para a tomada de decisão relacionada ao sabor. Por mais treinada que seja a equipe, muitas vezes estamos falando de 20 a 100 pessoas, que supostamente devem representar (em preferências sensoriais) toda a gama diversa do mercado alvo – algo que pode chegar a milhões de pessoas, dependendo do porte da empresa.

Como a Flavorwiki pretende inovar o modo de desenvolver alimentos?

Partindo do que hoje já se faz em painéis de análise sensorial nas empresas, a Flavorwiki pretende resolver esta equação. Através de um algoritmo próprio, que tem um uso bastante simples para o consumidor, a empresa é capaz de coletar e processar uma quantidade gigantesca de informações de sabor e preferências.
O consumidor degusta o produto e responde a perguntas simples (como: “este produto tem mais aroma de limão ou laranja?”). O algoritmo então analisa as respostas, normaliza os resultados, descarta os dados desviantes e gera os resultados e análises. Como objetivos da pesquisa sensorial, pode-se ter desde o perfil sensorial de um alimento versus seus concorrentes, preferências dos consumidores e até desvios de sabor entres lotes.
O fluxo de informações para o consumidor segue aproximadamente esta lógica (clique nas imagens para aumentar):
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É a possibilidade de fazer uma análise sensorial em larguíssima escala (pense, no mundo inteiro), diretamente com o consumidor. Tudo o que se precisa é o disponibilizar o acesso ao alimento, o app instalado no smartphone e uma conexão de internet.
O potencial é incrível.
 


Entrevista exclusiva para o Sra Inovadeira

Após o Food Innovate Summit, tive a oportunidade de conhecer melhor o fundador Daniel Portz e seu líder de Estratégia e Desenvolvimento de Negócios, Paul Price. Muito interessante esta união de um profissional da área da tecnologia de informação com um executivo do mercado de alimentos – é uma forma da empresa usar competências novas, aplicadas de acordo com as necessidades específicas deste mercado.
Paul nos concedeu gentilmente uma pequena entrevista. 😉
 
Você pode citar alguns exemplos do uso inteligente de coleta de dados de preferência em empresas de alimentos ao redor do mundo? Quais benefícios podem ser ganhos ao acessar este tipo de informação?
A melhor solução para todas as empresas é ouvir ao seu consumidor e desenvolver produtos que atendem às suas preferências. Infelizmente, isso tradicionalmente tem sido muito caro de se fazer. Mas com melhores ferramentas de tecnologia e internet, está se tornando mais comum em várias indústrias.
Empresas de alimentos inovadoras e de rápido crescimento construíram os seus negócios escutando ao seu consumidor. Chobani, Kind, Skinny Pop são empresas americanas que perturbaram mercados existentes potencializando ingredientes naturais, canais alternativos e a mídia digital.
 
Johan Langenbick, CEO da Foodpairing, disse na sua palestra que a digitalização de alimentos é ainda muito rara. Quando se pensa na criação de novos alimentos, ainda mais. Já que vocês vêm de um background diferente, por que, na sua opinião, que as empresas de alimentos têm sido relutantes em adotar novas tecnologias de gerenciamento de informação?
Esta é uma pergunta bastante relevante, para ser honeste a maior razão é que as maiores empresas de alimentos têm sido atrasadas pela dinâmica interna.
Em um artigo recente do Wall Street Journal, Sean Connolly, o CEO da Conagra Brands disse: “muito do que tem se rastejado para dentro de grandes empresas é foco interno, burocracia, apresentações PowerPoint – a antítese da agilidade”.
No outro extremo, as empresas de alimentos pequenas e empreendedoras estão ganhando fatias de mercado dando aos consumidores o que eles querem: ingredientes mais naturais e de maior qualidade, o uso de canais alternativos, incluindo Amazon/e-commerce, e técnicas de marketing digital que usam as mídias sociais para construir as suas marcas.
Você verá mais grandes empresas trabalhando para melhorar as suas competências digitais, mas será no contexto de continuar a focas nas suas marcas existentes, ao invés da transformação do seu modelo de negócio inteiro à nova realidade de mercado.
 
Você pode nos contar um exemplo da Flavorwiki em uso? Que tipos de projetos vocês já conduziram?
Flavorwiki é uma startup e nós estamos falando com grandes companhias de alimentos para ajudar-lhes a desenvolver melhores inovações. Faremos isso usando o nosso algoritmo (aguardando patente), iteração mais rápida de testes sensoriais e tecnologia online de potencialização de pesquisa muito mais eficiente.
Nós estamos no momento testando um novo sorvete com a nossa tecnologia, e esperamos compartilhar com você mais informações nas próximas semanas.
 
Quais poderiam ser os benefícios do uso deste tipo de informação do usuário para empresas brasileiras de alimentos? Quais processos poderiam ser mais positivamente impactados?
Como os seus pares ao redor do mundo, as empresas de alimentos brasileiras precisam desenvolver alimentos com melhor sabor usando processos de inovação mais rápidos.  Sabor é o motivador número 1 para a compra repetida de um alimento!
Usando as soluções da Flavorwiki, nós podemos ajuda-las a desenvolver estes novos produtos, que irão levar a consumidores mais felizes e melhores produtos.
Nosso portfólio de soluções no momento é focado em ajudar a otimizar o sabor para novos produtos. Nós somos mais rápidos que os métodos de pesquisa atuais porque permitimos que o consumidor prove o produto em sua casa, responda uma curta pesquisa online, e processamos os resultados rapidamente na nuvem. Isso permite que as empresas de alimentos atualizem seus protótipos de produtos mais rapidamente para re-teste até que estes alcancem o sabor preferido do consumidor.
Estamos ansiosos para compartilhar a nossa solução com os seus seguidores, com uma demonstração desta nova solução de inovação.


Nós também, não é, visionários? A Flavorwiki e a Sra Inovadeira estão planejando juntas uma ação muito bacana pela frente.
Fiquem ligados 😉
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Uma resposta para “FLAVORWIKI: PODEMOS USAR A INTERNET PARA ENTENDER AS PREFERÊNCIAS DE SABOR DOS USUÁRIOS?”

  1. […] a FlavorWiki taster “Flavorwiki: Can We Use the Internet to Understand User’s Taste Preferences?” by Cristina Leonhardt (Sra. Inovadeira) “Product: In Home Use Test – IHUT – What’s it all […]

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