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DIRETO DA P&D – O DESAFIO CRIATIVO DE CRIAR NO BRASIL

Postado em 29/06/2017 por Fabio Mello
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P&D, alimentos, R&D, food, engenharia, ciência, tecnologia, carreira, trabalho, pesquisa, desenvolvimento, oportunidade, sra inovadeira, inovação, direto da P&DHoje temos um novo post da coluna Direto de P&D. Uma coluna para retratar os questionamentos, aprendizados e conselhos de quem está com as duas mãos na massa – VOCÊ! Tem um ponto de vista sobre os assuntos que rodeiam essa área apaixonante de criação de alimentos e gostaria de publicar aqui? Manda seu texto para mim – você pode publicar como um convidado ou até virar nosso colunista 😉
O texto de hoje é do Fabio Mello, profissional super experiente que me procurou no Linkedin para contribuir aqui com o canal. Como ele poderia compartilhar a sua experiência? Aproveitei então a oportunidade para lhe fazer uma provocação  – o que você gostaria de ter desenvolvido na sua carreira?
Vamos à resposta:


 
Olá leitores. Pedi à Cris para ter um cantinho aqui no site para falar um pouquinho sobre como criar no Brasil (na verdade um desafio que ela me propôs). Antes de mais nada, deixa eu me apresentar. Chamo-me Fabio Mello, sou engenheiro de alimentos, mestre em análise sensorial e com MBA em marketing. Estou nessa tortuosa estrada de criação faz 16 anos e já tive momentos de alta e de baixa. Mas como sempre disse, sou um sonhador e para os sonhadores os obstáculos são apenas uma nova solução a ser encontrada.
Cris me pediu para falar um pouco sobre produtos que gostaria de ter criado ou se todos os produtos que criei foram os de sonho. Daí fiquei um bom tempo pensando e só posso chegar a resposta: sim e não!! Sim, tudo que eu criei foi um sonho para alguém e não, os sonhos sempre podem ir mais longe.
Nosso pais é um contraste gigantesco. A estabilidade econômica permitiu que todos viajássemos e começássemos a provar o mundo (literalmente). E a comunicação é “just in time” hoje em dia, o que acontece no Japão chega aqui em questão de segundos. Moda, lançamentos, comidas, o acesso hoje não é impossível. E isso cria uma massa de consumidores críticos e desejosos do novo (sem contar a crise de ansiedade global que vivemos, em que tudo tem que ser rápido e diferente)
As empresas aqui trabalham com custos elevados e leis controversas que acabam forçando a termos que trabalhar sempre reduzindo custos. É um desafio criar algo que tenha um super sabor, uma textura inesquecível, uma embalagem premium e que custo R$1,00, dando margem de 30% (acho que todo mundo alguma vez passou por isso). É legal que normalmente conseguimos chegar em 80, 90% do esperado (viva os times de P&D). Mas abrimos mão de alguns produtos sonhados por causa disso.
Lembro-me de uma apresentação a um grande cliente, uma vez em que criei o conceito de um sushi de sorvete. Tive o carinho de fabricar o produto, checar toda a capacidade fabril de como fazê-lo, trabalhar na arte e embalagem e até no nome (Sushi Cool).
Ficou lindo.
Vários elogios naquele dia e…
o projeto não foi para frente.
Também me lembro que um grande fabricante de ovos de Páscoa pediu um chocolate bom e barato. Meu chefe na época deu uma ideia: faça 3 chocolates – um no valor esperado, um 12% e outro 25% acima. Molde igual e leve em teste cego.
Ideia ótima e lá fomos nós.
O cliente degusta os três chocolates, ama o 25% acima (que realmente tinha ficado incrível) e…. fecha o contrato com o chocolate target.
Exemplos tristes, não é? Mas nem todos.

Basta achar o momento certo, o projeto certo e a empresa certa. Trabalhando com uma grande empresa de panificação me pediram gotinhas de chocolate para um projeto de cookie. E a empresa tinha o lema de sabor e qualidade acima de tudo. Logo apresentei uma receita ótima de uma gota estável, meio amarga que criou uma sinergia de sabor incrível com a massa do cookie.
Testes sensoriais e de consumidor foram feitos, todos gostaram do protótipo e chegou o momento de decisão… e a decisão foi seguir com o projeto do jeito que estava, com o sabor que tinha e até um custo mais alto do que o esperado.
E sabe o que aconteceu? O projeto teve em 4 meses um incremento de vendas de 800%!!!! Isso aí, o projeto se tornou um case de hiper sucesso.
Por isso, amigos criadores, nem sempre o custo reduzido resolve o problema. Ele pode até te dar um número legal para 6 meses, 1 ano. Mas há o risco de um concorrente vir e te destronar com algo melhor.
Se seu produto custa muito numa embalagem de 200g, venda em 50g. Não fale em redução de custo, mas em custo inteligente. Pense que o que você cria também é para você e seus amigos, já que no fim somos todos consumidores.
E não desista de um sonho, de um projeto porque ele ganhou um não. Guarde-o para outro momento ou para apresentar a outra empresa.
Acredite, alguém sempre está sonhando como você.
Abraços a todos.

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Uma resposta para “DIRETO DA P&D – O DESAFIO CRIATIVO DE CRIAR NO BRASIL”

  1. Luciana Monteiro disse:

    Fabio,
    Muito bom post!! Ótimo ponto, nem sempre a melhor alternativa esta no custo! Que te ouçam nossos amigos marqueteiros.
    Grande abraço
    Lu Monteiro

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