Já pensou se existisse um equipamento de cozinha que pudesse cozinhar qualquer coisa? Pão, pizza, focaccia, risoto, bolo de chocolate?
Se você viu De Volta para o Futuro II, talvez se lembre desta cena.
(Hey, mãe, você sabe mesmo como hidratar uma pizza!)
Pois a Barilla colocou um time para assistir a filmes de ficção científica e buscar inspiração para o lançamento de novos produtos.
Foi a abertura da palestra de Matteo Gori, Diretor Geral da empresa, que nos contou como assistir a De volta para o Futuro II colocou a empresa numa nova espiral de inovação, e o trouxe para palestrar em Amsterdam.
Ou, qual foi a trajetória de P&D da CuccinaBarilla, um dos projetos mais inovadores na área de alimentos nos últimos anos.
Esta apresentação trazia uma promessa muito grande para mim – nas Consultorias de Estratégia de Inovação, eu uso regularmente o caso da Barilla, uma empresa italiana de 140 anos, para mostrar a executivos e executivas que é possível seguir inovando apesar da idade da empresa. Ela já tinha aparecido por aqui no post sobre as tecnologias disruptivas de alimentos.
Matteo nos falou sobre como a empresa havia entendido que o seu usuário ainda gostava de comida feita em casa, mas que muitas vezes não tinha mais tempo para prepará-la. Como conciliar essa dicotomia, sem ter que entregar um alimento 100% pronto? Por outro lado, os sistemas de base e refil estavam crescendo no mundo (aparelhos de barbear, café, bebidas, por exemplo. A gente já viu por aqui como a Nestlé usou o mesmo modelo para lançar a linha Nescafé Dolce Gusto.)
Para responder a estas questões, o time se lançou ao projeto em 2009, com o lançamento do projeto realizado 6 anos depois com 13 receitas.
A CuccinaBarilla é composta por um equipamento (um forno com múltiplas funções) e uma linha de alimentos diversificada.
O forno, desenvolvido em conjunto pela Barilla e Whirlpool, é capaz de reconhecer a receita a ser preparada, dosar água, programar o início da preparação, indicar o acessório correto para a receita, além de funcionar como um forno de microondas e convecção comum.
As receitas não estão armazenadas no forno – ao contrário, ele aprende a cada nova interação com um novo alimento. Desta forma, a possibilidade de novos produtos é infinita.
Talvez fique mais fácil entender vendo um vídeo:
A CuccinaBarilla é comercializada apenas na Itália através de venda direta dos fornos e de kits com os alimentos. É deste contato direto com o consumidor que Matteo diz que surgiram as ideias para os 17 novos produtos que a empresa lançou na sequência.
Foram usados as preferências de compra, curtidas e comentários que a empresa recebeu diretamente dos consumidores através da sua página de venda. A digitalização em alimentos já apareceu na palestra da Foodpairing e será ainda mais aprofundada na palestra da Flavorwiki que vem na sequência. Venda direta online é um dos mercado mais promissores, sendo que recentemente vimos a Amazon buscando a compra da Whole Foods.
Falando sobre como o projeto foi desenvolvido, Matteo nos trouxe alguns insights sobre a condução de um projeto tão desafiador e inovador. Para começar, o time interno de inovação, responsável pelo projeto, não foi destacado de suas funções rotineiras – desta forma, Matteo, como líder do projeto, não tem uma ligação funcional com cada membro.
Segundo ele, sua liderança se deu pelo incentivo, promoção e esperança de que as pessoas iriam trabalhar no projeto, trazendo um caso real em que as restrições da equipe foram conduzidas em prol do projeto – lembram da frustração estimulando a criatividade?
Outro insight: às vezes, onde você coloca o time é importante. O time de inovação da CuccinaBarilla estava posicionado bem no meio da planta da Barilla, fazendo a ponte entre as funções de negócio e corporativas e as funções de P&D.
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Durante o processo de desenvolvimento deste projeto foi também decido trabalhar com colaboração externa, o que foi um desafio para uma empresa que se orgulha de desenvolver internamente tudo o que faz. A empresa seguiu o modelo de Alvarenga e Malmierca para tomar a decisão de que partes do projeto fazer outsourcing – e daí nasceu a parceria com a Whirlpool, por exemplo.
Perguntei a ele quais eram os desafios que ele encontrou ao perseguir um projeto tão inovador, e se a cultura interna da Barilla era inovadora. Ele me afirmou que a Barilla sempre teve protagonismo – foi, por exemplo, a primeira empresa do pós-guerra a colocar massa em caixas de papel. Um dos principais segredos para o sucesso do projeto CuccinaBarilla foi justamente contar com o apoio do empreendedor.
Quando a ideia da CuccinaBarilla surgiu, a empresa logo percebeu que não tinha internamente o conhecimento e habilidades necessárias para tocar este projeto, mas que ele estava completamente alinhado à sua cultura e história. E este é o equilíbrio crítico na seleção de projetos, na sua visão.
Segundo Matteo,
qualquer companhia pode ter uma grande ideia, mas a razão para persegui-la ou não deve ser se ela se adequa ao DNA geral da empresa
Gostou? Pois tem mais!
Exclusivamente para os leitores do Sra Inovadeira, Matteo concedeu a seguinte entrevista:
Você pode baixar as palestras do evento aqui. As fotos oficiais do evento estão disponíveis aqui.
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Parabéns pelo conteúdo.
Obrigada, Fernando! E vem muito mais pela frente 😉
Não esquece do meu pedido 🙂
Te mandei resposta já! Não recebeste?
Não recebi não 🙁
Reenviei!
Muito bacana e inspirador! Parabéns pelo post, Cristina.
75 minutos pra ficar pronta uma meleca? Não, aí não dá; Esses “cientistas” têm que pensar a nível Bio Eletro Físico Químico Computadorizada. Eu já projetei muita coisa a respeito….enfim, o certo mesmo seria que: Hidratação de alimentos com pulso eletroestático continuo , plasma e micro gotículas de água sob pressão frequencial modulável para cada célula alimentar. E ficaria pronto em Segundos…. que raios de cientistas são esses que nunca rotacionaram forças de transporte no próprio eixo? Isto cria um envoltório eletro-magnético com camada de valÊncia e elétrons-livres; daí com plasma ganha-se os quarks fácil; depois – durante a rotação – léptons são transformados em hádrons e … se as leis da Física pudessem ser burladas por cientistas-renegados, poder-se-ia mudar até número de massa ou número atômico; mas não podemos (a inteligência de cada país vai atrás e brigam com a pessoa) então o jeito é aproveitar tudo dentro do MEC que dá sim pra – além de diminuir uns 900% do tempo atual de preparação e também ser muito mais barato.